terça-feira, dezembro 21, 2004

Deixar de escrever no papel


Era muito mais fácil escrever no Moleskine quando andávamos a viajar. Difícil é chegar cá e continuar a descobrir coisas interessantes para dizer...
Fico à espera do vosso feed back às fotos.



7 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Gostei!
O Taj, A Porta, achei a última curiosa. Imagino que do cimo daquele camelo, olhando aquela paisagem, se sentia mais ou menos o contrário que de cima da 25 de Abril numa sexta-feira ás 6 da tarde.

ZP

5:14 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Então, aqui vai.
1 - As fotos - estão fixes, o camelo aprumadito, os pézinhos lavados, e até o Taj tem um ar arrumadito.

2 - O difícil é chegar cá - Li ou imaginei algures que viajar é estar em todo o lado é em sitio algum. É um acto solitário, mesmo quando viajamos acompanhados. E isso tem a ver com as raízes, pois depois de partir e antes de chegar apenas pertencemos ao caminho. Já nos desligámos de onde vimos e não sabemos ao que vamos chegar. E aí somos nós, só nós. Podemos partilhar essa experiência, mas é apenas uma tradução do nosso confronto com a novidade e a surpresa. Existe em nós uma paixão-repulsa com a diferença do que nos rodeia e que não é nossa. A surpresa apanha-nos mais livres de lugares cumuns e ideias pré-estabelecidas. E a única coisa que permanece, somos nós connosco, as nossas paixões e inseguranças.
E isso é, pelo menos para mim, mágico e único. Distingue-se de um bom filme na medida em que este nos faz sonhar e pensar no que seria. Na viagem, somos, somos obrigados a ser, de facto, no concreto do tempo e do espaço. E, ou nos encontramos, ou nos perdemos nessa magia.

5:59 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

fogo! amigo atalaia, estás mesmo inspirado. esta posta saiu-te lá bem do fundo!
Blimunda

6:06 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Ena Cum Caraças!
Diria o Zé Metade posicionando o carrinho de madeira de modo a poder ver melhor o Beco.
Este situar-se entre dois tempos, entre o que não se conhece e o de onde se saiu, é cada vez menos surpresa, cada vez menos improviso, atendendo aos poderosos meios de informação existentes. Hoje àpriori detalham-se os caminhos, legendam-se as imagens que vão surgir mais à frente. Quem melhor que o Atalaia pode comprovar isto (CAFD)?

ZP

PS- Para que não queimem os miolos eu traduzo
CAFD, como atrás foi demonstrado.

9:32 da manhã  
Blogger Unknown disse...

Pois o seria, caro ZP.
Mas por isso mesmo o não é. Precisamente por tudo isso.
As magias de hoje são nos deixadas pela restia da ciência. É magico aquilo que a ciência, de conhecimento e razão feita não nos explica. E é essa a fagulha que os GPS's todos não possuem. Dão-nos os meios, exactidão e segurança, mas falta-lhes algo que na viagem é único e dá um sentido que ultrapassa o conhecer novos sítios, novas gentes e novas culturas.

11:16 da manhã  
Blogger Unknown disse...

A este propósito ainda, recordo algo único, que é trocar umas centenas de euros por dirhams à entrada de Marrocos. Não tem tradução nem descrição possível.

O cheiro da terra, o por do sol, os sons das ruas, o sermos estrangeiros de passagem. Tudo modifica o nosso ser e estar. Somos uns actores estranhos. Não estranhamos apenas isto, mas chegamos a estranhar-mo-nos. É algo em torno disto que refiro. Por mais que google sobre a india, por mais horas de viagem que tenha, nada diminui essa dimensão do confronto com a novidade.
Essa informação permite-nos programar, selecionar, antever, mas antever distingue-se na essência do ver e do viver de quem está (ou esteve) lá.
Felizmente há coisas que o virtual não compreende. E espero que sempre assim continue.

5:57 da tarde  
Blogger Cristina C. Azedo disse...

Bom, eu não estou inspirada como vosotros, mas gostei muito das fotos, das prosas e desta moínha que me arrebitou a vontade de me meter a caminho de um lado qualquer. Com camelos, sem camelos, o importante é não parar!
Dona Ema

6:04 da tarde  

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