Gostei! O Taj, A Porta, achei a última curiosa. Imagino que do cimo daquele camelo, olhando aquela paisagem, se sentia mais ou menos o contrário que de cima da 25 de Abril numa sexta-feira ás 6 da tarde.
Então, aqui vai. 1 - As fotos - estão fixes, o camelo aprumadito, os pézinhos lavados, e até o Taj tem um ar arrumadito.
2 - O difícil é chegar cá - Li ou imaginei algures que viajar é estar em todo o lado é em sitio algum. É um acto solitário, mesmo quando viajamos acompanhados. E isso tem a ver com as raízes, pois depois de partir e antes de chegar apenas pertencemos ao caminho. Já nos desligámos de onde vimos e não sabemos ao que vamos chegar. E aí somos nós, só nós. Podemos partilhar essa experiência, mas é apenas uma tradução do nosso confronto com a novidade e a surpresa. Existe em nós uma paixão-repulsa com a diferença do que nos rodeia e que não é nossa. A surpresa apanha-nos mais livres de lugares cumuns e ideias pré-estabelecidas. E a única coisa que permanece, somos nós connosco, as nossas paixões e inseguranças. E isso é, pelo menos para mim, mágico e único. Distingue-se de um bom filme na medida em que este nos faz sonhar e pensar no que seria. Na viagem, somos, somos obrigados a ser, de facto, no concreto do tempo e do espaço. E, ou nos encontramos, ou nos perdemos nessa magia.
Ena Cum Caraças! Diria o Zé Metade posicionando o carrinho de madeira de modo a poder ver melhor o Beco. Este situar-se entre dois tempos, entre o que não se conhece e o de onde se saiu, é cada vez menos surpresa, cada vez menos improviso, atendendo aos poderosos meios de informação existentes. Hoje àpriori detalham-se os caminhos, legendam-se as imagens que vão surgir mais à frente. Quem melhor que o Atalaia pode comprovar isto (CAFD)?
ZP
PS- Para que não queimem os miolos eu traduzo CAFD, como atrás foi demonstrado.
Pois o seria, caro ZP. Mas por isso mesmo o não é. Precisamente por tudo isso. As magias de hoje são nos deixadas pela restia da ciência. É magico aquilo que a ciência, de conhecimento e razão feita não nos explica. E é essa a fagulha que os GPS's todos não possuem. Dão-nos os meios, exactidão e segurança, mas falta-lhes algo que na viagem é único e dá um sentido que ultrapassa o conhecer novos sítios, novas gentes e novas culturas.
A este propósito ainda, recordo algo único, que é trocar umas centenas de euros por dirhams à entrada de Marrocos. Não tem tradução nem descrição possível.
O cheiro da terra, o por do sol, os sons das ruas, o sermos estrangeiros de passagem. Tudo modifica o nosso ser e estar. Somos uns actores estranhos. Não estranhamos apenas isto, mas chegamos a estranhar-mo-nos. É algo em torno disto que refiro. Por mais que google sobre a india, por mais horas de viagem que tenha, nada diminui essa dimensão do confronto com a novidade. Essa informação permite-nos programar, selecionar, antever, mas antever distingue-se na essência do ver e do viver de quem está (ou esteve) lá. Felizmente há coisas que o virtual não compreende. E espero que sempre assim continue.
Bom, eu não estou inspirada como vosotros, mas gostei muito das fotos, das prosas e desta moínha que me arrebitou a vontade de me meter a caminho de um lado qualquer. Com camelos, sem camelos, o importante é não parar! Dona Ema
7 Comentários:
Gostei!
O Taj, A Porta, achei a última curiosa. Imagino que do cimo daquele camelo, olhando aquela paisagem, se sentia mais ou menos o contrário que de cima da 25 de Abril numa sexta-feira ás 6 da tarde.
ZP
Então, aqui vai.
1 - As fotos - estão fixes, o camelo aprumadito, os pézinhos lavados, e até o Taj tem um ar arrumadito.
2 - O difícil é chegar cá - Li ou imaginei algures que viajar é estar em todo o lado é em sitio algum. É um acto solitário, mesmo quando viajamos acompanhados. E isso tem a ver com as raízes, pois depois de partir e antes de chegar apenas pertencemos ao caminho. Já nos desligámos de onde vimos e não sabemos ao que vamos chegar. E aí somos nós, só nós. Podemos partilhar essa experiência, mas é apenas uma tradução do nosso confronto com a novidade e a surpresa. Existe em nós uma paixão-repulsa com a diferença do que nos rodeia e que não é nossa. A surpresa apanha-nos mais livres de lugares cumuns e ideias pré-estabelecidas. E a única coisa que permanece, somos nós connosco, as nossas paixões e inseguranças.
E isso é, pelo menos para mim, mágico e único. Distingue-se de um bom filme na medida em que este nos faz sonhar e pensar no que seria. Na viagem, somos, somos obrigados a ser, de facto, no concreto do tempo e do espaço. E, ou nos encontramos, ou nos perdemos nessa magia.
fogo! amigo atalaia, estás mesmo inspirado. esta posta saiu-te lá bem do fundo!
Blimunda
Ena Cum Caraças!
Diria o Zé Metade posicionando o carrinho de madeira de modo a poder ver melhor o Beco.
Este situar-se entre dois tempos, entre o que não se conhece e o de onde se saiu, é cada vez menos surpresa, cada vez menos improviso, atendendo aos poderosos meios de informação existentes. Hoje àpriori detalham-se os caminhos, legendam-se as imagens que vão surgir mais à frente. Quem melhor que o Atalaia pode comprovar isto (CAFD)?
ZP
PS- Para que não queimem os miolos eu traduzo
CAFD, como atrás foi demonstrado.
Pois o seria, caro ZP.
Mas por isso mesmo o não é. Precisamente por tudo isso.
As magias de hoje são nos deixadas pela restia da ciência. É magico aquilo que a ciência, de conhecimento e razão feita não nos explica. E é essa a fagulha que os GPS's todos não possuem. Dão-nos os meios, exactidão e segurança, mas falta-lhes algo que na viagem é único e dá um sentido que ultrapassa o conhecer novos sítios, novas gentes e novas culturas.
A este propósito ainda, recordo algo único, que é trocar umas centenas de euros por dirhams à entrada de Marrocos. Não tem tradução nem descrição possível.
O cheiro da terra, o por do sol, os sons das ruas, o sermos estrangeiros de passagem. Tudo modifica o nosso ser e estar. Somos uns actores estranhos. Não estranhamos apenas isto, mas chegamos a estranhar-mo-nos. É algo em torno disto que refiro. Por mais que google sobre a india, por mais horas de viagem que tenha, nada diminui essa dimensão do confronto com a novidade.
Essa informação permite-nos programar, selecionar, antever, mas antever distingue-se na essência do ver e do viver de quem está (ou esteve) lá.
Felizmente há coisas que o virtual não compreende. E espero que sempre assim continue.
Bom, eu não estou inspirada como vosotros, mas gostei muito das fotos, das prosas e desta moínha que me arrebitou a vontade de me meter a caminho de um lado qualquer. Com camelos, sem camelos, o importante é não parar!
Dona Ema
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