diario de motocicleta
Não, não é um grande filme. Sim, o mito de Che é-me simpático.
Mas um dos pontos que mais me interessou quando vi o filme foi a viagem realizada pelos dois protagonistas. Que é uma viagem de filme. Uma viagem à descoberta de um continente dividido em não sei quantas fronteiras artificiais criadas pelo homem branco europeu, que acaba por sofrer dos mesmos males: um foço imenso entre ricos e pobres, um sentimento de revolta pelos males do colonialismo e pelos didatores que se lhe seguiram, uma língua e uma história comum. E, estas viagens que normalmente são feitas por rapazinhos e rapazinhas de classe média acabam por dar nisto: um abrir de olhos à força perante todos os males do mundo e um sentimento de pertença ou de afastamento em relação àquilo que anteriormente nos é intrínseco no dia a dia. Sim, porque o Che era um filho de boas famílias de Buenos Aires que Na abriu os olhos e se tornou num mito. E a nós o que é que nos acontece? Nada, porque não fazemos estas viagens de descoberta e estamos demasiado centrados neste quadradinho? Nada, porque ainda somos filhos de melhores famílias e estas viagens são episódios freaks no meio de grandes doses diárias de bem estar. Nada porque somos uma massa muito amorfa...
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