terça-feira, dezembro 28, 2004

A Costa dos Murmúrios


Acho que “A Costa dos Murmúrios” é um grande filme. Em livro também deve ser bom mas eu esqueci-me dele um dia na estação dos barcos e fiquei a meio na sua leitura...
Tem bons actores, imagens fabulosas de África, a história é contada de uma forma interessante, faz-nos pensar. Filma a violência de uma forma arrepiante. Mil cenas de qualquer Rambo ou Rocky nunca terão a carga de violência de um tiro aos...flamingos.
E, a história ali contada aconteceu há 30 e tal anos atrás o que nos leva a pensar nos malucos que andaram aos tiros por “lá” e na merda que eles devem trazer na cabeça agora “cá”...
A única coisa que me chateou um pouco no filme foram alguns dos diálogos que acho que podiam estar mais naturais, acabando alguns dos actores por parecem estar a declamar poesia...
Gostei muito. E, sim também acho que a Beatriz Batarda é uma grande actriz. Tal como a Mónica Calle e o Adriano Luz.
E, se tinha gostado das curtas e dos documentários da Margarida Cardoso, agora ainda estou mais contente por ver que existem pessoas com talento a sério no cinema português.

11 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Eu também gostei. Acho que é um filme honesto que respeita a obra original e a passa noutra linguagem com fiabilidade.
No entanto, ... para além da questão dos diálogos alguns personagens parecem-me fracos. Por exemplo, aquele capitão não deveria causar mais repulsa desde o 1º contacto? A Helena não deveria ser mais marcada? A própria personagem da Beatriz Batarda parece-me que tem um desempenho muito igual desde o ínicio até ao fim da história. Ela vai para casar, ia cheia de sonhos! Pareceu-me uma noiva que ia fazer o frete.
De qualquer modo acho que foi um dos melhores filmes portugueses que vi nos últimos anos.

ZP

5:13 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Ora aí está uma coisa em que aqui o Atalaia não percebe um cú. Mas pra compensar tou a postar às 3h28 da matina, só porque amanhã posso acordar ás horas que me derem na gana.
E quero ir ver é o RRRRrrrr! com o Gerard Depardieu (ó lá como se chama o homem) mais o resto da trupe que fez o Asterix, Isso sim, são filmes. Bons pra ver nas férias. EHHH!

3:31 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Apesar de reconhecer que o filme está bem feito. E concordar que é muito fidedigno à obra da Lídia Jorge, não gostei de ver.
Não gostei de ver porque achei que é muito triste. A historia de cornos no ambiente de decadência colonial provavelmente dirá mais á geração dos meus pais do que á minha.

Dentro deste contexto os filmes que eu gostava de ver seriam sobre onde estão os criminosos de guerra...

O que para mim é importante para podermos fechar e arquivar esse capitulo tem haver com a justiça para com as vitimas da guerra colonial e a punição para com o criminosos de guerra.
A sociedade portuguesa está em geral sempre pronta a dizer que é solidária e que ajuda, participa em campanhas estabelecem-se acordos de cooperação, enviam-se ONGs, medicos, cobertores, livros do Camões e agencias de bancos mas justiça nunca se fez!!!

Onde andam os tipos que aproveitaram o contexto da guerra para assassinar?

Acredito que há uma diferença entre um soldado que cumpre ordens e um assassino que aproveita o contexto da guerra para dar vazão às suas tendências homicidas.
O filem em causa aflora esta problemática.

E penso que em Portugal vivemos com assassinos entre nós.
Assassinos impunes e em liberdade em nome de uma politica de esquecimento, impunidade e branqueamento da guerra colonial.
Quantos tipos que têm entre 50 e 65 anos são assassinos e quantos são doentes de guerra?
Fazer esta triagem urge.
Quem merece uma pensão e quem merece ser preso e condenado?
Este para mim é o ponto mais importante no contexto da guerra colonial.

Claro que num pais que paga reformas aos PIDEs não podemos falar de justiça...
mas enfim, culpem o Mario Soares, que foi o agente da contra revolução e impediu a justiça quando ainda era possível faze-la.

Ass. O companheiro -- e desta vez e excepcionalmente muito a sério.

11:11 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Apesar de reconhecer que o filme está bem feito. E concordar que é muito fidedigno à obra da Lídia Jorge, não gostei de ver.
Não gostei de ver porque achei que é muito triste. A historia de cornos no ambiente de decadência colonial provavelmente dirá mais á geração dos meus pais do que á minha.

Dentro deste contexto os filmes que eu gostava de ver seriam sobre onde estão os criminosos de guerra...

O que para mim é importante para podermos fechar e arquivar esse capitulo tem haver com a justiça para com as vitimas da guerra colonial e a punição para com o criminosos de guerra.
A sociedade portuguesa está em geral sempre pronta a dizer que é solidária e que ajuda, participa em campanhas estabelecem-se acordos de cooperação, enviam-se ONGs, medicos, cobertores, livros do Camões e agencias de bancos mas justiça nunca se fez!!!

Onde andam os tipos que aproveitaram o contexto da guerra para assassinar?

Acredito que há uma diferença entre um soldado que cumpre ordens e um assassino que aproveita o contexto da guerra para dar vazão às suas tendências homicidas.
O filem em causa aflora esta problemática.

E penso que em Portugal vivemos com assassinos entre nós.
Assassinos impunes e em liberdade em nome de uma politica de esquecimento, impunidade e branqueamento da guerra colonial.
Quantos tipos que têm entre 50 e 65 anos são assassinos e quantos são doentes de guerra?
Fazer esta triagem urge.
Quem merece uma pensão e quem merece ser preso e condenado?
Este para mim é o ponto mais importante no contexto da guerra colonial.

Claro que num pais que paga reformas aos PIDEs não podemos falar de justiça...
mas enfim, culpem o Mario Soares, que foi o agente da contra revolução e impediu a justiça quando ainda era possível faze-la.

Ass. O companheiro -- e desta vez e excepcionalmente muito a sério.

11:11 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Desta vez, e gostava que acontecesse muito mais vezes, concordo com o companheiro.
Apesar disso, repito gostei do filme.


ZP

2:56 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu também concordo com o Companheiro. O que só fica bem. Mas... continuo a concordar comigo! O filme é bom e conta uma boa história. O facto de nós não termos ainda feito um filme sobre "Onde é que andem os PIDES?" é outra questão. Também não fizémos nenhum Apocalipse Now e temos muita matéria prima para trabalhar aí. Tal como nos falta um "Caçador".
Blimunda

3:48 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Blimunda, a questão não é onde param os pides.

A questão é outra e tem haver com a guerra colonial e com a nossa sociedade, tão simples quanto:
"o gajo que me está a arranjar o carro com a tatuagem amor de mãe Moçambique 69 do quantas crianças matou? Ou fez a tatuagem depois de bêbado nos subúrbios de Maputo e passou a guerra a arranjar o carburador do ford do sargento despenseiro?????"
ou
"o avozinho do colega do meu filho na escola tem aquele tique no sobrolho desde que cortou as orelhas aos prisioneiros dos MPLA em 1963, ou já nasceu assim já tremeliques e quando foi obrigado a ir para Angola dedicou-se à pesca e a tirar fotografias aos pássaros?"

Há uma grande diferença.

Aquilo que eu quero dizer é que não podemos nunca ser um país unificado enquanto vivermos estas duvidas.
Por mais euros 2004 que façam para nos adormecerem e mais telenovelas jóias de africa... enquanto estiverem entre nós os assassinos nunca vamos poder ser um povo... seremos sempre vários povos.
Pois eu não sou igual a eles e não quero que me confundam. Eu não quero ter um passaporte igual. não quero ter um bilhete de identidade da mesma cor. Não quero viver na mesma cidade nem quero ser enterrado no mesmo cemitério.
Os robles, os fachos, os pides, os cónegos Mello estão entre nós e vivos... é esse o problema.

5:35 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Podes resumir?
;)
Blimunda

5:44 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

O resumo possivel é:
entre nós há assassinos. e não sabemos quem são nem onde estão. vives bem com isso? eu não.

companheiro

6:12 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Dizer que existem assassinos entre nós parece-me de um terrível mau gosto.Os soldados executaram ordens do governo se quiserem culprar alguém culpem os esquerdistas que roubaram o dinheiro dos cofres do estado após o 25 de abril.São a purga da sociedade e a pia maldita do mundo...O comunismo devia ser banido pela constituição assim como o fascismo foi..mas como ficaram do lado dos aliados no pós 2ª guerra mundial esqueceram que mataram 8 milhoes de civis na URSS. Só interessa lembrar o que convém como de costume..cresçam e aparecam...têm o QI de uma ameba.Não fazem falta.

10:32 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Já agora escusam de comentar o meu comentário poruqe não vou responder isso seria dar importância a bacocos.

10:33 da manhã  

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