terça-feira, janeiro 18, 2005

O fio da navalha de Somerset Maughan

Nesta altura do campeonato devia já estar a ler livros da escola mas a tentação foi mais forte e comecei a ler um clássico que aposto que a maior parte das pessoas que conheço já leram: O Fio da Navalha. Os clássicos são bons por isso. Estão sempre à nossa disposição e são sempre um valor seguro. Eu tenho uma data deles que ainda não li e não estou nada preocupada. Prefiro que me chamem ignorante. Assim tenho a certeza que sempre que quiser terei uma data de obras de que provavelmente vou gostar bastante, visto que perduraram no tempo e sobreviveram às críticas.
O Fio da Navalha conta a história de dois homens que não têm nada a ver um com o outro: um é um burguês snob que só liga ao dinheiro e ao status e o outro nada quer saber de dinheiro porque só lhe interessa a ideia de um progresso espiritual. As mulheres à volta ou são ambiciosas e querem é ir a festas ou são putas. É mau, mas naquela altura (primeira metade do séc. XX) não tinham muito mais para se entreter...
Mas o livro está muito bem escrito e vale a pena acompanhar o percurso das pessoas, que passam de ricas a pobres, que viajam da América para a Europa e que se desligam do mundo ocidental para ir procurar algo na Índia. É giro ver como mais de cinquenta anos depois os medos e os anseios daquela gente estão tão próximos dos dos nossos dias. Até existe um bacano que é tal e qual o Castelo - Branco com a mania das grandezas e das marcas. Sim a malta lê livros fixes mas também dá uma espreitadela às televisões...

5 Comentários:

Blogger Cristina C. Azedo disse...

Também eu assumo a minha ignorância. Também eu tenho uma pilha de clássicos à espera de mim. Também eu nunca li O Fio da Navalha. Há tanta coisa para fazer que, às vezes, temos mesmo de optar por viver a santa vidinha.
Dona Ema

1:16 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Li o “Fio da Navalha” na adolescência. Foi dos livros que me deixou uma boa recordação. O efeito que um livro produz em nós é frequentemente exterior à essência da própria obra, acho que tem muito a ver com o momento em que o lemos, e com o nosso estado de amadurecimento.
Confesso que não entendi muito bem o que é que o Larry procurava no Oriente, acho mesmo que nem ele. Mais tarde descobri e conheci muita gente que procura o mesmo diamante.
O velho Somerset é brilhante a construir personagens. Não acho nada que o bacano que tem a mania das grandezas tivesse alguma coisa a ver com a bicha da TVI. O do livro era alfabetizado. O da TVI decorou meia dúzia de merdas, do tipo “jamais Salomé” e “noblesse oblige” mas praticamente não sabia ler, era só bicha, infelizmente o povo português que também não sabe,
fez dele uma figura.

Façam favor de passar bem

ZP

8:01 da tarde  
Blogger Unknown disse...

li e reli este clássico " O fio da navalha" pelo menos umas três vezes; uma vez em cada período da minha existência. Estou o lendo pela quarta vez, e a forma com que o escritor cria seus personagens, o cenário, a estória, é inebriante, pois descreve tudo com uma riqueza enorme de detalhes que ao ler, a sensação que se tem é que somos um dos personagens, vivenciando cada situação por ele apresentada. Trata-se de um livro que nos acrescenta conhecimento, nos leva a reflexão e análise filosófica e social de uma sociedade e da própria espécie humana. Cada vez que o leio extraio mais argumentos que me leva a novas reflexões. Considero-o um dos melhores livros entre todos os clássicos.

12:55 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

na realidade ,quem escreveu o texto acima fui eu, mãe de Eduardo, Flávia Baioco.

12:57 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Ainda não li o "Fio da Navalha", mas pelos outros livros que li do Somerset Maughan, tenho certeza que não ficarei desapontado. Realmente ele foi um mestre na criação de personagens e é única a sua habilidade de transformar vidas e situações banais e insignificantes em material valioso e universal sobre o ser humano.

9:50 da tarde  

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