terça-feira, maio 23, 2006

Brrrrrrrrr


Numa terra com depressões profundas, pequenezas endémicas, entropias viciantes mas também génios desaproveitados, lunáticos com carisma e ideias progressistas, muito se fala mas poucas vezes se concretiza alguma coisa. Já vi nascerem e morrerem não sei quantas bandas, falar-se em não sei quantas associações de cultura que nunca fazem nada. Só conheci a Hey Pachuco depois de ela já existir há alguns tempos. Ouvi falar depois numa coisa chamada Barreiro Rocks e de um grupo chamado Act Ups. Ouvi o último disco deles há pouco tempo. Como eles dizem, aquilo é garage rock. Eles que são uns modernos devem saber o que isso é. Eu gostei. Apesar dos novos tempos de mamãe me obrigarem a ouvir aquilo baixinho para não assustar a pacholas da Ginga. Gosto cada vez mais de ver obra feita e menos palavras. Straight to the point como dizem os estrangeiros!

87 Comentários:

Blogger Helder Miguel Menor disse...

100% de acordo. Gostava era que cantassem numa outra lingua que não o ingles!!!

2:36 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Cada um canta como quer! O que interessa é que seja bom. Até podiam cantar em "vaginês"...
Eu gosto!

3:30 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Anónimo, não está em causa se gostas ou não gostas.
Acontece que para se fazer uma produção séria devem faze-lo na sua própria lingua... Cantar em ingles é imitar, é a mimetiar outros. Ficar no campo da imitação é limitativo para um projecto criativo.
A lingua onde comunicamos é tão válida para comunicar como qualquer outra. Ulizamo-la porque é nossa.
Produção cultural em portugal que seja em portugues.
É sintoma de provincianismo intlectual esta subserviencia linguistica aos ingleses.

4:24 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

A música tem a ver com sentimentos, ou se gosta ou não.
Tão simples quanto isto.
Como sou português, e para fazer uma " produção séria" , tenho de cantar em português?
Tu gostas de bandas africanas que residem em Portugal, se cantarem em crioulo perdem a credibilidade e deixas de gostar?

4:59 da tarde  
Blogger Horas Vagas disse...

Tenho uma provocação no meu blog e preciso da tua ajuda.

5:05 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Olha lá se a lingua dos gajos é o kriolo porque é que haviam de cantar em portugues???
Quando dizes que a musica tem haver com sentimetos, é justamente disso que falo: tu sentes em que lingua??? em camone??? quando sonhas, sonhas em que lingua?
Se vives, pensas, sonhas e ages em portugues porque é que has-de cantar em camone??

5:14 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu penso e sonho em várias linguas.
Ainda ontem sonhei com lingua de vaca.

5:22 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Pronto, ja tás a descambar!!!
Eu cá a minha lingua favorita é de porco (ou de porca bem entendido -- lingua não tem sexo) seca e fumada, pra mandar a baixo umas imperiais...é pouco mom é!!!

5:27 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Com um dentinho de alho e uns coentros.
Até a lingua de ratazana marchava.
É pouco mom é !!!

5:34 da tarde  
Blogger Caganita disse...

Eheheh

5:49 da tarde  
Blogger blimunda disse...

grandes cromos!

7:54 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

blurp!

9:54 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

ca estupidos....


ja agora nao concordo nada contigo RIKI!!!!
os Africanos que nasceram em Portugal e são de NACIONALIDADE portuguesa, tem como lingua oficial o PORTUGUES... logo ao cantarem em crioulo nao estao a cantar na lingua deles... dhaaaaaaaaaaa.

e lá por isso quem tem a haver se é boa ou má!? o feeling vem e dentro, se mexe, se vibras, se o os ouvidos e o corpo correspondem.

ACT.UPS em INGlES tem muito mais sentido!!!

Alias um dos membros destes gajos é 100% British...Tony Fetiche....

:)

10:48 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

ou nunca viste os modos do gajo à mesa??!?!?

10:49 da manhã  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Carissima Granel,
Mesmo se te metessem na china e te dessem a nacionalidade chineza a tua lingua nunca seria o cantones nem o mandarim. Por melhor que falasses cantones ou mandarim, a tua lingua iia ser sempre portugues.
É a tua lingua mãe. Foi a primeira lingua que aprendeste e é nesta lingua que pensas.
Quando me falas em lingua oficial, de facto não percebeste os meus argumentos.
A questão da lingua e da produção cultural ultrapassa os decretos e as burocracias.
Tu podes aprender frances nas melhores escolas, adorares a poesia francesa e conheceres todos os autores. Se escrevesses um livro de poesia em frances estarias sempre a imitar os franceses e a tua obra seria uma obra menor porque seria uma falsificação.
As emoções e os conceitos a elas associados estão inscritos na tua lingua de infancia. O mecanismo do cerebro humano é assim. Produzires cultura numa lingua que não é a tua é um logro. Não estas a produzir cultura estas a imitar cultura produzida por outros.
Voltando ao exemplo da poesia.
No final do seculo XVIII e sec XIX era de bom tom escrever versos em frances. A maioria dos intlectuais portugueses fizeram-no. Sonetos e rimas em frances. Passados 200 anos o que tens? Tens justamente aqueles que contra a corrente escreveram em portugues. Nomeadamente o Bocage que sendo de rigem francesa e tendo um completo dominio sobre a lingua francesa, percebeu que a sua lingua mãe é o portugues.
Se te propuseres alguma exigencia criativa no teu trabalho com palavras impõe-se que uses a lingua com que aprendeste a falar. E acrdita que esta não é nenhuma opção ideologica, é uma questão de funcinalidade.
Supondo que dominas o castelhano, queres criar um texto em castelhano como fazes? Primeiro pensas em portugues e depois vais traduzindo mentalmente e escrevendo em casetelhano. Ou escreves todo em portugues e depois traduzes para castelhano. Independentemente do modelo, no processo, perdes sempre com a tradução.
Quando estas a criar com palavras, se queres fazer uma coisa séria não te podes dar ao luxo de perderes com a tradução.
Em relação a produção musical, se as palavras são importantes que as digam em portugues. Se não são importantes, não as digam.

11:32 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Estás a limitar os teus horizontes culturais.
A arte quer-se livre.

11:48 da manhã  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Nada disse Tó Relato. Antes pelo contrário. Tu é que estás a limitar os horizontes culturais e a reduzir a criação. Se fizeres rock e cantares em protugues estas a alargar e a libertar os limites da criação artistica.
Por outro lado, o nivel de conhecimento que tens de uma lingua que não é a tua é sempre limitado. Só prduzindo na tua própria lingua consegues ter um total dominio da criatividade porque só na tua lingua conheces todos os significados de cada palavra e os seus segundos sentidos. Ao escreveres numa lingua que não é a tua estas a limitar a tua liberdade literária.

12:20 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Gostas de ouvir fado cantado em dinamarquês? Gostas de ouvir tangos cantados em japonês?
Eu só ouço rock cantado em inglês, são as referências que tenho e gosto de o ouvir com a lingua da sua origem.
Não me sinto limitado por isso.

1:48 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Acho que tem a ver com o gosto de cada um e nada a ver com limitações artisticas.
Estás a produzir algo e independentemente da lingua sai-te de ti.
(Se bem que o rock cantado em português soa-me um pouco azeiteiro).
:))))

2:00 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

Qualquer lingua é válida na criação artistica. É claro que a lingua mãe oferece mais possibilidades porque se domina melhor. É indiscutível.
Mas no caso dos Act-Ups, como de muitos outros por esse mundo fora, o uso do inglês funciona (e bem)como opção estética. Porque é um prolongamento da sua sonoridade e esta colhe as suas referências no rock n´roll que nasceu nos EUA e tambbém se desenvolveu na Grã-Bretanha. Isto inicialmente (50´s e 60 ´s), porque mais tarde estendeu-se a todo o mundo, inclusivé em Portugal grupos usavam o inglês ainda no tempo da outra senhora, como os POp Five Music Inc., Sheiks. Até o Júlio Pereira gravou o 1º disco em inglês. E não terá vergonha disso. Tal como o jazz, o blues,o country,etc, o rock conheceu inúmeras ramificações, quer usando o inglês, quer outras línguas. Uns têm qualidade e outros não. Penso que se podem tentar as duas formas, mas é mais agradável, em determinados estilos, usar a língua de origem desse género musical. É como a ópera ser em italiano, o fado em português ou flamenco em castelhano. É uma opção estética. Se tem ou não valor depende de quem ouve.

3:03 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Pois tem ver com gosto. A mim soa-me completamente pimba o rock cantado em ingles sem ser por ingleses. Soa assim tipo heavy do pinhal novo. Tal como me soa pimba ouvir os japonezes a cantar fa em portugues. Pimba e plastico.
Em relação a referencias completamente de acordo. Mas sabes tão bem como eu que para fazeres coisas novas e criares tens de te emancipar das referencias...Se não te emancipares das referencias em vez de craresestas a fazer na melhor das hipoteses folkore!!!

3:06 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

Além do mais, não se pretende fazer grande poesia quando se usa o inglês - utilizam-se frases mais simples e directas ( ou até non-sense) que encaixem na métrica da música e que produzam determinado efeito no ouvinte.
Este um assunto que não ata nem desata. Há anos que isto é discutido e há conclusões para todos os gostos. Até me lembro de na questão das percentagens de música portuguesa que deveria passar nas rádios isto ser falado, com uns a dizerem que se devia cantar na língua e outros que não.
Deve haver liberdade de cada um cantar como quer.
Vejam os Pop Dell ´Arte, que se expressam em português, inglês, castelhano, italiano, francês e até fonemas...

3:13 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

Não tenho nada contra o heavy metal do pinhal novo.
Imagina isto:
Ouvias qualquer disco sem saberes a sua proveniência. No final pediam-te para avaliares o que tinhas ouvido. Limitavas-te a dizer se te agradava ou não, e ponto final. Até podia ser por exº country (cantado em inglês)feito na Dinamarca e tu podias gostar. Deppois de saberes isto mudavas de opinião?

3:25 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu nao falei de alguem que é metido na CHINA e tem de aprender a falar chines com 3 ou 4 anos....
" É a tua lingua mãe. Foi a primeira lingua que aprendeste e é nesta lingua que pensas."
é exatamente como dizes...alguem que ja nasceu lá!
e nesse aspecto é que digo oficial, é a lingua materna da pessoa. E a lingua materna dos meus amigos de escola (que são descendentes de Africa) é o Portugues e nem por isso tem de cantar em portugues ou crioulo.

tens os Irmaos Verdade a cantar em crioulo e tens o Boss AC a cantar em portugues! e depois... uns são melhores que o outro!??!


e não me venhas agora dizer que nao percebi os teus argumentos, começo a pensar que tb nao sei ler!
nao substimes iá BROTHER, que eu sou do Xangai!!
:))))))))))

3:31 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Toma lá!! responde agora ao pinhacolada...
agora vais ficar à rasca!
ehehhehehehehheheh

3:33 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

(benvindo à disção Pinhacolada)
Claro que country ito na dinamara ou é dinamarques ou é uma imitação pimba dos amaricanos.
em relação à imporancia das letras então estamos de acordo. Cantam em ingles orque o que querem dizer são trivialidades e não importa o conteúdo lirico? -- Essa é boa -- Queres tu dizer-me que desde que steja na metrica tanto faz o que se diz???
porra então não digam nada. Façam como os ramones "Gaba gaba hey".
em reação aos pop del arte, ou ao projecto do mano chao (exemplo mais recente) a opção de cantar em várias linguas é o assumir de uma transnacionalidae cultural. Ora cantar em ingles - é fazer justamente o contrário é anular a nacionalidade cultural e assumir a globalização como um facto acabado em que a lingua oficial é o ingles!!!

3:37 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Rita, não te estou a subestimar , mas não percebi a tua questão.
Os mendes brother cantam em kriolo porque a ligua mae destes senhores é o kriolo. O Boss AC canta em portugues porque a sua lingu mae é o portugues.
E depois??
A tua lingua e a tua sensiblidade muda quao mudas de país ou de nacionalide???
Não percebo o sentido que queres dar à tua argumentação.

3:42 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Rita, A lingua mae de um portugues nascido no canadá e criado numa familia portuguesa é o portugues. Acho que neste aspecto concordamos. Ou não?

3:44 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

Pronto, cada um fica na sua.
Mas já que falas da globalização, e se as comunicações se fazem predominantemente usando o inglês, qual é o problema disto acontecer na música?
Se, por acaso, a língua dominante no mundo fosse por exº o francês, certamente haveria mais gente a cantar nesta língua.

3:56 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

eu quero é que tu respondas...:

Ouvias qualquer disco sem saberes a sua proveniência. No final pediam-te para avaliares o que tinhas ouvido. Limitavas-te a dizer se te agradava ou não, e ponto final. Até podia ser por exº country (cantado em inglês)feito na Dinamarca e tu podias gostar. Deppois de saberes isto mudavas de opinião?


;))))

3:58 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

tou a ser um pica miolos dum carai.. nao estou?!??? ehhehehe

4:05 da tarde  
Blogger blimunda disse...

Obrigado por dinamizarem tanto o meu blog! Tony: obrigada pelo cd! Sostrova: és um discutidor do caraças! Pinhacolada: bemvindo a estas discussões!
Agora... 30, trinta comentários!?
Vão trabalhar malandros!
;)

4:06 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Exactamestes!

4:07 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

tou de ferias..... ;)))

4:19 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Que lingua é utilizada pelo Bob Dylan do Alto Seixo?

4:51 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

O gajo quando curtia os Black Cross não se queixava.

4:57 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

can you translate this, please?

5:11 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Cantem ocomo quiserem, desde que não seja brasileiro, é o que vos digo.

5:13 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Os Black Cross cantavam em português.

5:31 da tarde  
Blogger Unknown disse...

os black cross cantavam?

5:44 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Black Cross ? Então e os Hell Legion do Carlos chinês, não foram também importantes ?

6:22 da tarde  
Blogger MA disse...

Então e os ABBA? Soa mal?

1:08 da manhã  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Respondendo-vos, de baixo para cima:
O Éme: os Abba não só soam mal como são completamente decadentes e festivaleiros. Os Abba, são o duo “ele-e-ela” em duplicado e versão loira. Não são referencia.
Ao anónimo: Hell Legion do Carlos chinês foram importante na medida que os Act Ups serão importantes. Acontece que na minha opinião, os Act Ups podiam vir a ser muito mais importantes do que aquilo que são se cantassem em português.
Ao Atalaia: sim os Black Cross cantavam em português e não em brasileiro.
Anónimo do translate: puta que te pariu
Torelato: o Bob Dylan do altoseixalinho so canta em altoseixales
Rita Granel: boas férias!!! Em relação ao folk da dinmarca, se fose folk dinamarquês ouvi e depois opinava. Se fossem dinamarqueses a imitar americanos nem me daria ao trabalho de ouvir porque não aprecio imitações. Gosto das coisas como elas são. Por mais bem dotados tecnicamente que fossem os músicos, estariam a mimetizar outros criadores.
Pinhacolada: o problema da globalização é ser feita toda num sentido. Contra a globalização levanto a bandeira do internacionalismo. Se querem uma língua franca usem o esperanto. Lutar contra a globalização também é lutar contra este latim moderno que é o Inglês. Recusar o inglês é também recusar esta língua da PAX ROMANA que os americanos querem impor ao mundo. Cantar em inglês é de algum modo submeter-nos aos valores do inimigo.

11:54 da manhã  
Blogger Unknown disse...

Blimunda parabéns! 44 comentários são a prova de que o pessoal anda a navegar na net nas horas de expediente, eheheh. Realmente conseguiste criar aqui uma discussão acessa sobre rock and roll e linguística, ahahaha.

Eu por mim rock, desde que seja rock, até pode ser cantado em crioulo!

3:14 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Vá lá pessoal, botem só mais umas para se chegar aos 50!

3:51 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Não digam mal dos Abba...eram muita bons, mesmo sendo festivaleiros!

4:03 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Rock a sério tocavam os Ramones que usaram as mesma calças de ganga durante 40 anos ehehehe!

5:34 da tarde  
Blogger MA disse...

sostrova...

Pela tua lógica, serias muito mais verdadeiro se:

Em vez de viajares para a Índia, Macau, Marrocos...ficasses pelo teu país: trás-os-montes, alentejo, algarve...

Em vez de cozinhares caril, tagine de legumes ou moamba...devias ficar pelo cozido à portuguesa e pelos rojões na banha...

Em vez de comprares facas francesas, punhais tibetanos, catanas cubanas...ficasses pelo canivete português...

Em vez de ouvires o Ali Farka Touré a tocar com o Ry Cooder (para ti um guero inimigo) no álbum "Talking Timbuktu"; devias ouvir o trio odemira...

Mas não...é obvio que - inteligentemente - optas pela heterogeneidade, pela miscigenação...e é isso que faz de ti quem és, logo todas essas referências, que não estão limitadas por outras fronteiras que não a dos teus/nossos impulsos e interesses, acabam por ser por nós assimiladas, redefinidas e devolvidas àquilo que é o património cultural do mundo.

Por outro lado mesmo qie a tua tese da "imitação" seja admissível...imitar não é necessariamente mau...aliás é normalmente a fase que antecede a inovação...pensa no Dylan a imitar o Woodie Guthrie, o Johny Cash, o Dave von Ronk...etc, antes de ganhar uma identidade própria!


Para mim não há fado português, rap americano, ou reggae jamaicano...há fado, rap, reggae apenas!

Defender que quem não é negro e americano nunca sentirá verdadeiramente o blues ou quem não é branco e português nunca entenderá o fado...leva a três diagnósticos possíveis:

- grande aversão à mudança;
- puro elitismo étnico;
- percepção embotada acerca da evolução socio-espacial operada essencialmente nas duas últimas décadas no mundo

Citando um refrão dos ABBA:
"it's a beautiful place this world
come on baby let's dance
to the rock'n roll band" ...seja em que língua for, acrescento eu.

11:25 da tarde  
Blogger blimunda disse...

47?
GRANDAS CROMOS...;)

11:25 da tarde  
Blogger MA disse...

50!!

he he he

11:35 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

50 mais um.
Concordo inteiramente com o último comentário do éme (nº49). Sim sr, muito bem dito.
Mamma mia here I go again...
Abba forever!

11:46 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

Não, não foi o nº 49, desculpem, enganei-me! Vou mas é chonar.

11:48 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

A minha favorita dos ABBA é uma canção que se chama SOS.

10:17 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

o anónimo de cima sou eu....

10:18 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Ehehheh o RIKI FICOU-SE!!!!!!!
ganhou o EME com o premio de melhro ARGUMENTO!


;)))

10:42 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Com essa é que ele ficou embaçado.
:))))

12:22 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Caro Eme ou não sabes ler, ou não percebendo os meus agumentos decediste por mim aquilo que eu devia ter dito. Outra questão é que não acho nem coorente nem delicado personalizar. Não o fiz contigo e não vou faze-lo, por isso evita repetir.
Adiante.
Eu não critico o rock americano. O que critico é o rock protugues a imitar americano.
Se estamos de acordo com os valores da heterogenedade cutural, porquê uma banda do barreiro usar uma ingua que não é a sua para se exprimir? Só posso classificar como provincianismo cultural.A minha questão foi só essa.

O rock como deves saber é por si só um produto de fusão. Tal com o blues. O blues cantado em ingles é ja por si uma modificação do blues original cantado por escravos em linguas bantas.

Quanto à imitação, os exemlos que deste foramtodos dentro do mes grupo linguistico. Dá-me exemplos válidos de criadores que usem uma lingua que não a sua para se exprimirem.
Falando de cantores e imitaçõe dou-te como exemplo o sergio godinho que se inspirou no brel e não foi por isso que fez discos em frances (mesmo vivendo em frança).

Outra obervação tua que me deixa deveras intrigado foi aquela em que dizes que:
"Defender que quem não é negro e americano nunca sentirá verdadeiramente o blues ou quem não é branco e português nunca entenderá o fado."
Quem é que defendeu este ponto de vista?
Ou não sabes ler e não estas atento (antes de comentares devias ler com atenção o que queres comentar). Uma outra hipotese surge, e então a coisa é masi grave porque estas de uma foma consciente e sistemática a deturpar aquilo que eu disse.
Invent frases na boca dos outros é não respeitar a Honestidade intlectual é um valor a preservar.

Quanto aos teus diagosticos, são completamente despropositados e estão fora do ambito da discução. Revelam a agressvidade de quem não tendo arguments válidos sobre o tema em causa opta por fazer ataques pessoais. É lamentavel.

Emé, sou teu amigo e não percebo a gratuitidade deste ataque personalizado. Afinal so temos pontos de vista diferentes sobre um tema erfeitamente secudário nas nossas vidas. Para quê personalizares a coisa?

Se alguem podia ficar ofendido com a minha opinião é o Tórelato que faz parte dos Act Ups. O Tórelato, felizmente não ficou ofendido.

Honestamente que não percebo a tua violencia.


Rita-- isto não é um combate. Era uma conversa entre amigos sobre valores culturais e sobre formas de expressão artistica. Lamentavelmente descambou em ataques pessoais e em desinformação.
Ganhou o Eme sim mas não por er o melhor argumento, porque o Eme não acrescentouvalor a esta discussão nem alrgou o ambito da mesma, personalizou e fez ataques pessoais... mas ganhou a taça porque por mim não continuo a conversa. Pelo menos não continuo neste espaço.

Pinha -- quanto aos ABBA havemos de falar!!!

abraços a todos ( incluindo ao meu kamba Eme!!)

1:31 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

Ai, ai... falaremos dos Abba, sim sr, porque haverá muito a dizer e a aprender uns com os outros, mas noutra ocasião talvez mais etílica e gastronómica...penso eu de que!
Abraços e não se chateiem...
Quem haveria de dizer que este assunto bateria o record de postas, hem?!
Parabéns à Blimunda pelo mote e tb aos Act-Ups, por o seu disco ter desencadeado reacções.

3:00 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

Já agora, eu não tenho vergonha nenhuma de gostar dos Abba. Até te digo que existe um rol imenso de musiquitas chamadas de pimba/xunga/foleiras, de que gosto...e quem não as tem ?
Ah, a Petite Demoiselle, a Cabana Junto à Praia e tantas, tantas mais...

3:04 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

se senta

5:42 da tarde  
Blogger Unknown disse...

http://portalpimba2.planetaclix.pt/sons/henrique_matos-a_danca_da_vassoura.mp3


vai lá, vai!

5:44 da tarde  
Blogger MA disse...

Caro Sostrova...

Reconheço que talvez tenha vincado de maneira muito forte a minha ideia, mas...nunca pensei que a minha argumentação ferisse tanto a sua susceptibilidade... Não foi essa a minha intenção e, fico triste se assim o interpretaste....

No entanto gostaria de reformular os seguintes pontos, para tentar ser mais claro:

- para mim, um português cantar em inglês traduz um acto de expressão cultural, artística ou lúdica semelhante a um português: cozinhar pratos de outros países, coleccionar objectos étnicos, ouvir música de outros países, viajar além das suas fronteiras.

- para mim, uma música não se esgota na letra ou na língua em que é cantada. Logo, um português a cantar rock em inglês para mim é apenas um artista. A qualidade da sua criação pode ser subjectiva, mas eu tento analisá-la à posteriori sem preconceitos (não catalogo imediatamente como “provincianismo intelectual”). Penso que o Fernando Pessoa quando escreveu em inglês não estava a ser falso, nem que traduziu coisas em português para inglês...há quem consiga pensar/sentir directamente em inglês sem o ser.

- Obviamente que há cada vez mais pessoas em todo o mundo a usar o inglês do que as suas línguas indígenas no seu trabalho artístico, apenas porque o inglês (quer queiramos, quer não) é uma língua cada vez mais global – venceu onde o esperanto falhou.

- Na minha opinião, o Dylan seria sempre o Dylan, o Sérgio Godinho seria sempre o Sérgio Godinho mesmo que cantassem em línguas diferentes... para mim a qualidade das suas composições e da sua mensagem ultrapassa a barreira linguística. Para além disso nem todos os artistas têm de se focar exclusivamente numa mensagem política forte nem num intervencionismo radical... há quem opte por estéticas e conteúdos diferentes.

- O facto de eu defender o rock cantado em inglês por portugueses não faz com que não apoie o rock (ou outros estilos) cantado em português. Nem tudo tem de ser oito ou oitenta... eu não defendo que “Cantar em inglês é de algum modo submeter-nos aos valores do inimigo” como tu dizes.

- O exemplo do “negro e americano nunca sentirá verdadeiramente o blues” e do “branco e português nunca entenderá o fado" é obviamente uma ilustração de um caso extremo a que uma argumentação anti-inglês-cantado-por-portugueses poderá levar. Não te atribuí directamente a afirmação nem os tais diagnósticos.

- Agora personalizando...Ser agressivo e não trazer mais-valia é dizeres (e passo a citar):

“os Abba não só soam mal como são completamente decadentes e festivaleiros. Os Abba, são o duo “ele-e-ela” em duplicado e versão loira. Não são referencia.”

“Anónimo do translate: puta que te pariu”

“Hell Legion do Carlos chinês foram importante na medida que os Act Ups serão importantes.”

Terminando...

Rita-- isto não é um combate. Era uma conversa entre amigos sobre valores culturais e sobre formas de expressão artística. Lamentavelmente descambou em ataques pessoais e em desinformação.

Ganhou o Sostrova sim mas não por ter o melhor argumento, apenas porque fez como o Manuel Maria Carrilho (que disse que aprendeu com o Guterres que o melhor truque é fazer-se de vítima)!

Abraços Kamba Riki... ;-)

(com um pouco de esforço ainda chegávamos aos 100 comentários)

9:09 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Caro Emé, de volta ao registo educado mereces respostas. Assim:

Quando dizes que um "português cantar em inglês traduz um acto de expressão cultural, artística ou lúdica" estou completamente de acordo. Mas, voltando a sugerir que releias o comentado, não foi essa a discussão. O que está aqui em causa é simplemente, que quando o registo tende a deixar de ser ludico e se impõe um comprometimento mais sério a utilização de uma lingua estrangeira é na minha opinião limitativa uma vez que o dominio "absoluto" da lingua é condição necessária para a produção lirica. Este a mim parece ser o ponto de discussão.

Quando dizes que "para mim, uma música não se esgota na letra ou na língua em que é cantada" concordo contigo sempre que não percebo o signicado das palavras... então temos o paradigma das palavras sem sentidodo jazz. Mas não é este o caso em discussão. Aquilo que eu critiquei foi a opção estética dos Act Ups catarem em igles.E volto a reforçar a ideia, que acho que sedo protugueses e tendo o total dominio da lingua portuguesa, a opção de cantar em ingles é, de certa forma, limitativa à criação lirica.

O que eu catalogo como "provincianismo cultural" é a subserviencia linguista ao ingles. Acho provincianismo porque só acontece em países periféricos como portugal. Temos o exemplo dos espanhois aqui ao lado que defendem com uhas e dentes o castelhano, e bem. Temos o exemplo dos franceses que têm uma lingua menos falada mundialmete que o portugues e abrem centros culturais franceses por todo o lado. Enquanto isso em portugal a lingua que une a lusofonia é preterida em função do ingles.

Um exemplo que sugeres é relativo ao próprio Fernado Pessoa. Pois sse exemplo ilustra e sobre maneira o que eu queria dzer em relação aos limites da criação literária numa lingua que não é a sua. Como sabes o Pessoa, vive na Africa do Sul enquato criança, dominava perfeitamente o ingles e inclusivamente fez trauções de ingles para portugues. Pois compara a qualidade literária dos sonetos iniciais em ingles e o resto da obra escrita em portugues...Claro que a criatividde total do Pessoa só foi possivel na sua lingua mae.
E os Act Ups não são o Fernando Pessoa.

Quando dizes que:"Obviamente que há cada vez mais pessoas em todo o mundo a usar o inglês" estas a argumentar com numero e quantidade. Se este argumeto fizesse sentido, os Act Ups deviam cantar em mandarim, essa sim a lingua mais falada.

Quando dizes que "não defendo que “Cantar em inglês é de algum modo submeter-nos aos valores do inimigo” realmente tens uma opinião diferente da minha. Se para ti a cultura anglosaxonica não e a cultura do inimigo, tens o direito a ter a tua opinião. Eu tenho a minha.
Mas relembro que este frase surge fora do ambito da discussao. Veio no contexto da globalizaçao versus internacionalismo.
A discusão inicial que era relativa à expressão artistica e os limites que cantar numa lingua estrangeira trazem ao criador...


Para o "caso extremo a que uma argumentação anti-inglês-cantado-por-portugueses poderá levar" não é preciso que venhas introduzir frases no meu discurso.

Quando dizes que fui agressivo e não trouxe mais valia à discussão dás uma serie de exemplos. Só reconheço agressividade quando mandei um anónimo para a puta que o pariu. E voltava a faze-lo, não gosto de anónimos.

Emé, eu nãome fiz nem me faço de vitima, exigo é de todos os outros e em geral e dos meus amigos em particular respeito e a honestidade intlectual. Coisa que acho que te escapou no teu comentário em que vieste personalizar a tua argumentação, com os meus habitos alimentares, o meu colecionismo e as minhas viagens. Acho que foi feio, não gostei e era desnecessario.

Abraço

11:38 da tarde  
Blogger MA disse...

Caro Sostrova, uma vez que no último comentário já não te vitimizas tanto, e até já procuras articular algumas ideias de forma mais séria, julgo ser interessante contribuir com os seguintes comentários:

- Quanto aos espanhóis e aos franceses, estás a querer comparar o incomparável. Falas de duas potências mundiais cujos mercados nada têm a ver com o nosso. Países onde qualquer banda rock ou não, por muito alternativa ou desconhecida que seja, consegue ter bares e salas de espectáculo suficientes para mostrar o seu trabalho e até dedicar-se à música de forma profissional, ao contrário de Portugal. Não concordo com o teu argumento.

- Quanto ao mandarim tens razão é a língua mais falada...por metro quadrado! É evidentemente incomparável... em Portugal não se aprende mandarim na escola. Eu, e penso que tu também, tivemos cerca de 9 anos de inglês na escola. O que está em causa não é o nº de pessoas que falam oficialmente uma língua numa determinada região...mas sim o nº de pessoas que espalhadas em regiões diferentes pelo mundo conseguem comunicar usando uma mesma língua. Não concordo com o teu argumento.

- Fernando Pessoa viveu na África do Sul apenas cerca de 11 anos (saiu de lá com 17) e as suas publicações em inglês foram feitas a partir dos 30 anos, por isso não vejo esses poemas como incipientes ou meras experiências ou tentativas de imitação de autores anglo-saxónicos. Não concordo com o teu argumento.

Concordo parcialmente contigo quando identificas dois pontos fulcrais nesta discussão, quando dizes:

1- “Quando se impõe um comprometimento mais sério a utilização de uma lingua estrangeira é na minha opinião limitativa uma vez que o dominio "absoluto" da lingua é condição necessária para a produção lirica”

2- “Se para ti a cultura anglosaxonica não e a cultura do inimigo, tens o direito a ter a tua opinião.”

Quanto ao primeiro ponto não és claro...não sei o que é para ti um comprometimento sério. Qual é a tua escala do que é escrever uma letra “séria” e uma menos “séria” para um canção? O que é que consideras o “domínio absoluto” do inglês para escrever uma cançao? O que é para ti a “produção lírica” satisfatória para uma música rock?

Quando te falei dos ABBA, uma banda que apesar de não me dizer muito a mim, disse e diz a milhões de pessoas no mundo (serão todos provincianos a nível intelectual?) respondeste da forma que respondeste... Quando a Rita te perguntou se ouvindo uma banda desconhecida a cantar em inglês que até gostavas e depois vinhas a saber que não era inglesa, se mudavas de opinião...tu não respondeste! Por isso não me vou debruçar mais sobre o ponto 1.

Finalmente o ponto 2...esse sim, esse traduz de forma clara aquilo que para ti é toda esta discussão. Nem precisavas de ter falado (de forma até pouco elegante) nos Act-ups ou sequer em música... podias dissertar directamente sobre a questão do imperialismo americano, a sua política externa, etc, etc... aí está bem, desabafarias, concordaríamos em muitos aspectos e pouparíamos esta discussão infrutífera... mas não mistures as coisas, isso é outro debate.

2:15 da manhã  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

1º Ponto - Emé vai ser paternalista com o caralho.

2º Ponto Espanhois e Franceses. Não estava a falar de mercados estava a falar de linguas e linguistica. Caso não saibas o portugues é mais falado que o frances, ao contraro do que tu sugeres... Acontece que os frnceses têm um actitude mais consciente em relação à sua lingua.

3º Mandarim é a lingua mais falada no mundo hoje.

4º Em relaçao ao Fernando Pessoa, os criticos e os hisotiradoes de literatua são unanimes em classificar a obra escrita em ingles como a parte menos elaborada do trabalho do poeta. Se quiseres outros indicadores mais objectivos, compara as edições do trabalho do Pessoa escrito em portugues e dos seus sonetos escritos em ingles e terás de dar razão aos criticos.

Em relação à limitação que é escever numa linua estrangeira para a criação literária, que afinal de contas é sobre isso que estamos a falar, fico satisfeito e concordares parcialmente.
Vou tentar ser mais claro.
Se quiseres fazer um desenho e tiveresum estojo com tres marcadores, estas mais limitado do que se tiveres um estojo de 12 marcadores.
Assim, podes pintar a tua letra com uma lingua onde o teu conhecimento é mais reduzido ou pintar numa lingua em que tens um estojo de vocabulário mais completo.

Em relação aos ABBA, tu , tal como os outros milhões todos de que falas têm o direito de gostar... Mas estou convencido que esse gosto não passa pelo lirismo dos ABBA. Ou achas que os ABBA são uma referencia em termos de letras de canções?

Acusas-me de ter falado de forma pouco elegnte dos Act Ups. Nao me parece que o tenha feito. Antes pelo contrário, toda esta conversa passa por uma sugestão de valorização ao trabalho dos Act Ups.

Sobre o imperialismo americano, não foi nunca este o ponto de discussão.

12:14 da tarde  
Blogger MA disse...

Quanto ao teu 1º ponto...assim sim...já é o Sostrova que eu conheço!

Claro que falar na língua mãe é diferente de falar numa língua estrangeira...A forma como a estrutura linguística afecta o pensamento e a acção tem sido muito estudada pela filosofia da linguagem, a sociologia com o interaccionismo simbólico, a psicologia, etc...e é real, tens razão.

Mas mesmo assim, na minha opinião, é válido para um não-indígena, expressar-se em outra língua, desde que seja capaz de realizar algo (obra feita como diz a Blimunda), sinta algum sentido e satisfação com o resultado final da criação artística e cative o interesse de outros indivíduos.

Como podemos avaliar se um português expressando-se em inglês fica aquém ou além do resultado ideal? Existe um resultado ideal? Eu penso que não, na arte não há (ou para mim não deve haver) fórmulas infalíveis...eu defendo que as contingências do processo criativo devem integrar a obra e conduzir a um resultado final que não tem de ser exactamente aquele que é planeado inicialmente.

Se quiseres fazer um desenho e tiveresum estojo com tres marcadores, não concordo que estás mais limitado do que se tiveres um estojo de 12 marcadores. Muitas vezes as coisas mais simples são as melhor conseguidas e mais duradouras. A dificuldade aguça o engenho, dizem os mais velhos!

Por outro lado temos de ver de que tipo de música é que estamos a falar...O Rock tem mais a ver com a energia da música e com o lado directo e crú da letra, regra geral muito simples e minimalista! Por isso não é preciso andar em Oxford ou ser anglo-saxão para escrever uma boa letra em inglês para uma música rock, penso eu!

No essencial concordo contigo, haverá algum preconceito de muitas pessoas cá, quanto a cantar em português, nas sua própria língua,e isso não parte só dessas pessoas, tem também a ver com a falta de incentivos e de políticas culturais nesse sentido. Mas não concordo com a tua generalização de que quem não canta na sua lingua mãe (como os Act-ups) ficará sempre aquém de qualquer objectivo, não será importante para a história, ou sofra de provincianismo intelectual.

Já que gostas tanto do caso espanhol...na forma como eles acarinham os seus valores, fica a saber que os act-ups são muito mais apreciados em Espanha do que em Portugal. Aí está um povo inteligente, que para além de apadrinhar e defender a sua música cantada na sua língua, faz o mesmo com a sua música cantada em outras línguas e com toda a outra música, mesmo que não sua (como os act-ups) desde que de qualidade!

Há 25 anos havia os Xutos, que fizeram um bom trabalho em português, mas na altura não se viajava com a facilidade que se há hoje, não havia internet, telemóveis, i-pod, e toda uma panóplia de meios que quase "exigem" que percebamos o inglês e que o consumamos no dia a dia! Por isso é natural que estas novas gerações se deixem influenciar, e influenciem eles próprios, as formas tradicionais do rock, do rap, etc.

Abraço

11:24 da tarde  
Blogger pinhacolada disse...

A caminho dos 100.
PArece que todos concordamos que o inglês é a língua do Império. E o Império tem mais meios para exportar a sua cultura para todo o mundo. Isso influencia milhões de jovens, porque é mais apelativa. Logo, esta torna-se globalmente predominante. E passa também a ser um pouco a nossa cultura, a par daquela que é "genuinamente" portuguesa.
Quando comecei a despertar para música mais a sério, foi pelos discos que os meus pais traziam da Alemanha-essencialmente disco sound e cantores alemães, franceses e outros de gosto duvidoso (Heino, Adamo, Demis Roussos)- , mas também ouvia aquilo que passava na rádio e o que tocavam os conjuntos de arraial(Beatles, Elvis, Cliff Richard, J.Cid, Shadows, Roberto Carlos, Art Sullivan, etc). Portanto, assumo que desde cedo isso influenciou a minha personalidade e gostos musicais.
Mais tarde, na adolescência, aparece o boom do rock português e aquelas cenas divulgadas pelo Júlio Isidro, Luis Filipe Barros, Rui Pego, Antº Sérgio, etc.Foi uma altura em que surgiu muito grupo nacional e nem todos tinham qualidade...mas apareciam e isso foi positivo.
Mas como a fome dá em fartura, logo a seguir a este período, a música portuguesa quase desapareceu da rádio e tv. Eram raros os discos editados. Tinhamos mais acesso a coisas da Grã-Bretanha e EUA do que de cá. E só a meio da década de 80 surgem projectos independentes, com influências, é certo, mas com personalidade própria: 7ª Legião, Mão Morta, Pop Dell´Arte, Ocaso Épico, Linha da Frente,etc,. Muitos deles mesmo sem discos ainda editados eram divulgados através de cassetes que se gravavam e passavam de mão-em-mão. E surgem editoras independentes que abanaram o marasmo nacional. Foi aquela onda do Rock Rendez Vous e os concertos, apesar de serem em espaços pequenos, estavam quase sempre apinhados e havia um entusiasmo tão grande como havia pelos sons anglo-saxónicos.
Existia aqui um cruzamento de culturas, tal como hoje.
Mas nos anos 90, a coisa retrocedeu em qualidade e, de facto, dou aqui razão ao Sostrova e digo que apareceu muita imitação do estrangeiro e pouca criatividade. Até se chegar ao fenómeno Silence 4 (que sempre achei um grupito medíocre)- o expoente deste mimetismo. A partir daqui as rádios e editoras queriam a todo o custo descobrir os novo Silence 4 e gravaram toda a merda que cantasse em inglês. Hoje já não é tanto assim e apareceu o hip-hop, que faz mais pela língua portuguesa do que todos os governos que esta trampa teve.
Mas continuam a não existir salas dignas para os projectos se mostrarem regularmente. É preciso muita carolice para se continuar a fazer certas sonoridades.
Mas voltando ao que aqui nos trouxe, que foram os Act-Ups e o uso da língia inglesa nas suas canções, sou da opinião que isso surge de forma espontânea como recurso de composição, devido às suas referências musicais e ao assumir que lhes soa melhor e mais "natural" essa forma de expressão ser em inglês. Não vejo aqui problema e acho que eles têm um som próprio, apesar de se reconhecerem algumas fontes onde se vão inspirar.Isto não os diminui de forma alguma e o resultado final é de qualidade. Eles, se quiserem, que experimentem o português e vejam se lhes agrada.
Agora... na minha opinião pessoal a GRANDE QUESTÂO sobre a língua em que se canta é que as banda se deparam com uma "barreira" , uma espécie de bloqueio que resulta do facto de escassearem as referências nacionais (em português ou vários idiomas) em certas sonoridades/estilos que se pretendem praticar. Ou então os músicos não reconhecem as que existiram e onde poderão ir beber ensinamentos. Por isso, muitos ficam-se pelo inglês. E alguns são bons e outros não são!
Eu também gostaria que existisse mais música na nossa língua, mas com pés e cabeça.
Acontece que alguns de nós, talvez por serem mais politizados ( não sei), vêem aqui uma questão de DITADURA CULTURAL.

11:46 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Pois é isso mesmo, ditadura cultural. E se é verdade que o inlgs se tornou lingua franca em ceros circulos deixem-me mbrar-vos que nada é eterno e cabe a cada um fazer o possivel para mudar a coisa.

Em relação aos Act Ups o que acho é que tendo a qualidade sonora que teem seriam muito mais infuentes e teriam mais pernas para andar se cantassem em portugues. E isto acontece até por um fenomeno matemático, ha mais bandas a gravar em ingles e por isso entre o universo das coisas feitas em portugues é mais facil ter impacto.
Estou convicto que se os Act Ups prduzissem musica em portugues conseguim emamcipar-se dos ditos circuitos alternativos e chegar a muito mais gente.


Falaram em arte e liberdade de expressão e que as coisas mais simples às vezes são as melhores. Totalmente de acordo, as lembro que a musica popular em geral e o rock em particular são formas e veiculos de comunicação. De uma forma consciente ou inconsciente transmitem um mensagem. Na minha opinião, faz parte da qualidade do resultado final o cuidado com que é tratada a mensagem que se transmite.

9:19 da manhã  
Blogger MA disse...

Concordo, mas continuo a achar que "o cuidado com que é tratada a mensagem que se transmite" não passa exclusivamente pela língua que se escolhe para fazê-lo. Um português pode pôr muito cuidado no trabalho que faz quer em portugês ou em inglês.

É tudo uma questão de opção estética, refrências, processos de trabalho, gosto, cultura, etc...
Todos estes conceitos podem ser muito variáveis e abstractos, o que dificulta bastante a nossa discussão!

Existem bandas boas e más em qualquer das situações que descrevemos: bandas portuguesas a cantar em inglês ou em português.

Há outra questão que é o público alvo. Os gostos e consumos não estão assim tão polarizados...começa a haver muita gente que tanto gosta do Variações, do Fausto, dos clã, dos Xutos do Jorge Palma, etc...como gosta simultaneamente dos silence 4, the gift, hands on approach, etc
Mesmo os próprios artistas já não são tão sectaristas ou radicais. Por exemplo ouvi há uns tempos o Jorge Palma a cantar em inglês com os Blind zero...e não me chocou nada, até fiquei agradavelmente surpreendido, gostei.

Claro que a qualidade é sempre discutível e que a música cantada em portugês deveria ter mais expressão e mais seguidores,mas
eu, pessoalmente não consigo generalizar e dizer que um português não consegue fazer boa música em outra língua.

4:12 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

se tenta...

4:16 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

ehehehh isto no fim de semana teve animado!!!

Olha lá, misturar Rita, paternalismo e caralho não é lá muito bonito, ouviste brutamontes do seixalinho!!!!
continuo sem resposta...

beijinhos e AMOR para todos, tou tao sensivel, estou a ouvir Burt Bacharach.;)))

11:36 da manhã  
Blogger pinhacolada disse...

-A caminho dos 100-
Eu ´tou p´ra qui a ouvir Neil Diamond...
E que tal um desafio, que vem no seguimento deste debate?
Cada um identicar 10 artistas/grupos preferidos nacionais e 10 do resto do mundo?
Se não estiverem para isso, também não faz mal.

2:17 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

ahhahah 10 Nacionais???!?!??!
vai ser dificil...
vou pensar...
já ca benho!

4:03 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

10 Nacionais
Banda do Casaco
Carlos do Carmo
Carlos Mendes
Carlos Paredes
Fernando Tordo
Jorge Palma
Sérgio Godinho
Tony Matos
Vitorino
Zeca Afonso

10 Internacionais
Bob Dylan
Jacques Brell
Joaquin Sabina
Lady Smith Black Mombasso
Leo Ferre
Paul Simon
Pink Floyd
Renaud
Ruben Blades
Sílvio Rodrigues

( Listagem por ordem alfabética)

5:03 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Pode ser 20 internacionais?

5:07 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Pensei em por os Act Ups mas fiquei na duvida se listava nos nacionais ou se acrescentava à lista dos estrangeiros....

7:28 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Os Act-Ups pertencem ao MUNDO.
Não entram em listagens.

12:33 da tarde  
Blogger Helder Miguel Menor disse...

Pertencem ao mundo das criações anglosaxonicas. Estão colonizados pela invasão e ditadura cultural dos gringos Libertem-se!! Liertem-se!!! .

1:31 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

nao se libertem muito.... isso faz Gazes!!

3:57 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

oi!? tenta

5:15 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

mais ainda?

5:15 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Nacionais
1.Tony Carreira
2.Ruth Marlene
3.Graciano Saga
4.Quim Barreiros
5.Linda de Suza
6.Ronalda
7.Dino Meira
8.Ana MaMalhoa
9.Ágatha
10.Conjunto Maria Albertina
11.Frei Hermano da Câmara

Internacionais
1.Los Del Rio
2.Julio Iglesias
3.Roberto Carlos
4.Cliff Richard
5.Abba
6.Ace of Base
7.Samantha FoXXX
8.Spice Girls
9.Ozone
10.Phil Collins
11.Demis Roussos

4:37 da tarde  
Blogger blimunda disse...

Quem é o graciano saga?

12:10 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Cantor romântico de renome em vilas, aldeias e comunidades emigrantes.
Procura pela k7 ou cd numa feira perto de ti.

2:41 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Graciano Saga
"Vem Devagar Emigrante"
http://www.flurl.com/uploaded/Graciano_Saga_vem_devagar_emgrante_49884.html

2:59 da tarde  
Blogger MA disse...

O xico larico trouxe uma nova dimensão à discussão! Já falamos dos portugueses que cantam em português e dos que cantam em inglês...

...mas essa lista de artistas nacionais relembra aqueles que são portugueses e cantam na sua língua mas fora do seu país (maioritariamente para comunidades de emigrantes, pelo que acabam por enquadrar-se mais na categoria dos "internacionais" do que nacionais

11:36 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Rock em Português, se cantado por portugueses?
Fado em Inglês, se cantado por ingleses?
Regras para o que é válido ou não artísticamente?
A arte não pode usar essas palas nos olhos, amigos...

9:34 da tarde  

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