Ó amor, quando nascer o nosso feto vais gostar menos de mim?

Nem me atrevo a dizer quem proferiu esta frase. Mas eu acho uma doçura. Penso que as mulheres, por vezes, têm tanto poder nas mãos em algumas circunstâncias que podem levar a algumas inseguranças por parte dos homens. Eu continuo a achar que a maternidade é uma coisa fabulosa. Ponto final. Mas, continua a ser muito importante para mim ser também uma boa companheira, filha, avó, sobrinha, amiga, colega, etc.

Acho que o meu cabeleireiro não é paneleiro

Desculpem os mais puristas, mas assim que saí com um cabelo novo à rua veio-me à cabeça esta frase.

Sempre detestei ir ao cabeleireiro. Talvez porque até aos 18 anos fosse a minha mãe a cortar-me o cabelo. Depois, comecei a ir de 2 em 2 anos, porque a minha progenitora perdeu a paciência e eu deixei de aguentar a tesoura lá de casa que fazia um barulho que me arrepiava a espinha. Pior, pior só mesmo a escova sem cabo que a família trouxe da Damaia para o Barreiro em 1973 e que ainda espreita lá por alguma gaveta da casa de banho... Cheguei a um ponto que já não sabia se detestava mais a Fanny, a Patty, a Cris e as suas conversas de praceta encafuada ou os cabeleireiros freaks cheios de peircings e cheios de tiques paneleiros.

Mas esta semana o Tony provou porque é que, depois da minha mãe, vai ser o Meu cabeleireiro! Estava ele de tesoura apontada quando vejo que o bacano tinha no pulso uma coisita com as letras CFC. Eu, que sou uma gaja minimamente informada avancei logo com a observação: "Com que então temos aqui um adepto do Chelsea Futboll Club?". Arranjou-se logo um tema de conversa que só foi brevemente interrompida quando eu me olhei ao espelho e receei que o bacano estivesse com a tentação de transformar o meu cabelo no vocalista dos Kiss... E por lá ficámos em amena cavaqueira a discutir quem estava a ser mais determinante para o clube, se o Abramovic se o Mourinho. Fiquei contente. Consegui pela primeira vez na vida ter uma conversa de jeito num espaço daqueles! Senti-me como se estivesse num barbeiro! Sim, porque apesar de estar grávida, o meu lado de gajo ainda vem ao cima de vez em quando!!!

CISSOKO no Forum Lisboa

Fui na quarta-feira passada ao Forum Lisboa a um concerto de um músico do Senegal sobre o qual não sabia nada! E não me arrependi. Foi muito bom. De uma nudez tocante. Só o senhor e a sua kora. E nem faltava mais nada naquele palco. Acho que nunca tinha assistido a um concerto acompanhado só com este instrumento e adorei. Tenho de descobrir discos deste senhor. No meio das músicas ainda nos deliciava com histórias ao bom estilo dos trovadores no seu francês açucarado e que me dificultava bastante a vida. Mas acabei por perceber o sentido e ainda algumas piadas, o que não está mal!
Só faltam dois meses para o Festival de Músicas do Mundo de Sines. Que bom!
Foi óptimo ir a este concerto para desenjoar das merdas das play lists FMs...

A minha reunião de preparação para o baptismo

Na Segunda-feira passada tive de me deslocar à Igreja de Santo António com o meu primo D.. O motivo? O bacano escolheu-me para ser a madrinha da sua segunda filha. Já tinha convidado o meu irmão para ser padrinho da primeira mas este respondeu-lhe, muito honestamente, que não se sentia vocacionado para cumprir tal tarefa. O país precisa de mais pessoas assim, mas eu achei que outra recusa provocaria uma grande tristeza nos meus país e algum desconforto familiar e lá respondi que sim. A minha afilhada chama-se Íris Sofia. Eu decidi logo que só lhe irei chamar Sofia. Pelas razões óbvias. Cada vez que penso em Íris penso em oculista, lentes de contacto e soro fisiológico, o que não é muito agradável.

Mas....

Não é preciso só dizer que sim! É preciso gastar uma pipa de massa a comprar um vestido de baptismo para que o bebé pareça um suspiro, uma vela que não tem utilidade nenhuma pois só serve de recordação e uma toalha para limpar a água que o padre vai mandar para o desgraçado do bebé.

Posto isto, fui ainda informada que teria de comparecer a uma reunião de preparação para o parto. O meu primo conhecendo-me de gingeira lá me foi preparando para a coisa. A coisa passou-se então assim:

Estava marcado para as 21:30 mas começou antes o que fez com que eu apanhasse a coisa a meio. Na sala estavam para aí umas 30 pessoas que eu fui percebendo que eram pais e padrinhos. Estavam ainda dois senhores, que eu vi a saber depois que eram o padre e o seu ajudante. E estava o Padre Vaz Pinto no vídeo!!! Sim senhor, para simplificar a coisa o padre enfiou uma VHS e ficámos todos a ver um programa em género de talk show, em que ficámos a saber várias coisas sobre o baptismo:

- alguém (os pais ou algum dos padrinhos) ficam responsáveis por educar o bebé segundo a moral católica – Eu fiz logo prometer ao meu primo que ele se responsabilizava por isso!

- os padrinhos têm de ser baptizados e comungado pelo menos uma vez na vida – o que é comungar pergunto eu?

- Não podem viver contra a moral católica, do estilo ser casado e ter um amante e coisas assim – eu fiquei com a sensação que não sendo casada e estando grávida de um divorciado estou a pecar muuuuuito!

- A igreja naquela paróquia é missionária portanto não pede dinheiro a ninguém mas quem quiser pode deixar um envelope no final da cerimónia – Eu fiz de conta que não ouvi esta parte.

- Para além disso para simplificar a coisa tenho de dar a morada da minha tia porque senão teria de ir pedir à minha paróquia um papel qualquer.

Enfim. Passei esta prova muito bem. Aliás, o problema seria se eu tivesse falado. Como estive sempre caladinha não houve problema nenhum. Agora só tenho de ultrapassar o dia do baptizado e no resto dos anos cumprir a minha tarefa de madrinha...