sexta-feira, julho 28, 2006

Japonesices

Nunca fui ao Japão e não devo ir tão cedo. Como as duas últimas viagens grandes foram para esses lados, agora tenho mais vontade de me virar para África ou Américas. De qualquer forma, como podemos ir para fora cá dentro, decidi fazer uma incursão na moda do sushi e do sashimi. A primeira vez que fui a um japonês foi em 1993. Ficava ali para os lados da Maternidade Alfredo da Costa, não me lembro do nome e o pessoal ficava sentado no chão e não havia cá talheres para ninguém! Acho que só passados mais de 10 anos é que repeti a dose para breves incursões em Alcântara ao Rock´n Sushi e ao Tokyo no Chiado. Hoje repeti a dose e fui às Amoreiras ao Sushi Café. Continuo sem me apaixonar. Percebo que é uma moda. Soube-me bem e fiquei satisfeita e nem foi especialmente caro, mas não é uma coisa que me faça acordar de manhã a apetecer-me comer. Ou s ecalhar tenho de ir mais vezes.

quinta-feira, julho 27, 2006

Leituras

Três bons livros lidos numa fase em que quase os como. São sei se é por serem bons ou se é uma fase minha. Livros diferentes de autores que tenho seguido ao longo dos anos. Voltei dez anos depois do Buda dos Subúrbios ao Kureishi e soube-me bem. Assim como voltei, e é sempre bom, ao Auster. Ao Morin recorri quando me lembrei do caos bósnio-sérvio-croato-albanês-etc e o Companheiro me alertou para a existência deste livro, em que aproveitei para fazer uma revisão da matéria.

As loucuras de Brooklyn de Paul Auster (Asa)
Os Fraticidas de Edgar Morin (Relógio d´Água)
O Album negro de Hanif Kureishi (Editorial Teorema)

terça-feira, julho 25, 2006

Ich liebe SW

O título é uma homenagem aos freaks alemães fossilizados do Sudoeste Alentejano. Sim. Na Zambujeira ainda consegui vislumbrar alguns. Mas agora alguns reciclaram-se e são cheios de onda e trabalham em bares fashion. Para que não se pense que o fim de semana foi um desastre tenho de registar, como não podia deixar de ser, os manjares do Sacas e do Melidense. No Sacas comi um peixe maravilhoso do qual nunca tinha ouvido falar: pampo. Mais uma moreia frita crocante e estaladiça excelente. No Melidense, como sou uma clássica também, repeti a ementa do ano passado: carne em vinha d´alhos com migas. E ainda viemos de lá com uma ramão de oregãos! Fogo! Gosto mesmo disto. Falem-me de crise e eu acho que têm razão mas também acho que em 24 horas se podem fazer coisas maravilhosas neste país. Falta acrescentar uma ida às praias do Malhão e do Carvalhal. Pronto, têm o problema de ter águas geladas mas ninguém é perfeito... E tenho de dizer que a companhia era excelente senão o ego do Companheiro lá de casa fica murchinho;)

segunda-feira, julho 24, 2006

One night camping...

A ideia até foi minha. Mas algo me diz que só a vou repetir para o ano. A ideia era passar uma noite a acampar para adormecer e acordar ao som dos passarinhos. Uma merda! Acordei vezes sem conta com dor de costas e cada vez que tocava na tenda esta estava cheia de cacimbo e colava-se à pele... Em vez de passarinhos ouvia era os passarões que vinham a chegar da night e a musiquinha lá ao longe do Clube da Praia (acho que não se chama assim há anos mas para mim continua a ter esse nome). Uma gajinha vai tomar o banho matinal e pimba esquece-se dos chinelos para não apanhar com cenitas estranhas nos pés e pimba lá entra no duche com as sandálias normais porque não está para voltar para trás para ir buscar as outras. Vamos à sanita e pimba não há papel higiénico! Cá a je até trouxe lenços de papel mas o jovem cá de casa pediu-mos e não me devolveu o resto da embalagem... Pago por ficar numa tenda mais do que paguei por certos hóteis na Índia.
É mais uma daquelas invenções brilhantes do homem branco, urbano e alfabetizado... Se tivessem passado férias grandes numa casa sem luz nem água potável e tivessem de ir fazer xixi ao palheiro e cócó à furda não andavam agora a querer ter "contacto" com a natureza!
De resto foi fantástico.

quarta-feira, julho 19, 2006

A Fany

A minha única experiência com uma esteticista tinha sido há mais de 15 anos atrás. Fui tentar aquela coisa que começa com o "de" e acaba em "ção" e tem cêra quente pelo meio. Foi a primeira e a última vez. Fugi a sete pés.
Na semana passada decidi voltar a visitar uma esteticista desta vez para tratar das unhas. A primeira esteticista a que fui não me lembro do nome nem da cara, nem de nada. E, partindo de estéreotipos, sempre as imaginei a chamarem-se Fany e Tina, loiras ou ruivas, a quererem ser magras mas a terem umas gordurinhas localizadas, a morarem nos subúrbios, separadas ou divorciadas a contra gosto, fumadoras, unhas pintadas e maquilhadas. Isto na minha cabeça. Quando entrei no Salão parecia que um sonho, nem bom nem mau, se tinha realizado. A minha esteticista chamava-se mesmo Fany, tinha o cabelo pintado de ruivo, as unhas muito longas e pintadas, as mamas chegam ao pescoço de tão empinadas, mora num subúrbio com vista para a autoestrada, é solteira. A única leitura que se vislumbra ali são Caras, Holas e Novas gentes.
Foi boa profissional e fez o seu trabalho bem feito. Foi competente. No meio de tantos cromos, a Fany até me pareceu apaziguante. Corresponde ao estéreotipo. Não está cá com merdas. Faz o seu trabalho e só procura é ser feliz. What you want is what you get.

Freakshow matinal

Já não é a primeira vez que me acontece. Entrar no Minipreço, mais especificamente no do Calvário, e pensar que aquilo não é um supermercado. Aquilo é um freakshow! Quem quiser fazer um casting para encontrar pessoas com manchas na cara, indivíduos com os tiques mais estranhos do mundo, karoxos do mais castanho que há, mutilados de tudo excepto de minas, cabelos pretos que foram pintados de loiro platinado há um ano e meio, imigrantes a contar tostões mas que só compram álcool para o almoço, reformadas muuuiiiito idosas que se queixam que não têm dinheiro mas metade das compras são comidas para gatos marca deluxe enquanto as delas são marca branca, empregadas que se chamam Criolinas, Jessicas e Matumbinas.
Pronto. Foi só um desabafo.

quinta-feira, julho 13, 2006

Passeio alternativo

O DN hoje na secção Boa Vida tem um artigo de 2 páginas sobre Vila Velha de Rodão. Quem quiser ler pode ir aqui. É tão raro sair alguma coisa sobre o concelho dos meus avós, bisavós e tetravós, que fica aqui o registo. A fotografia também é do jornal. Um dia ainda faço lá uma barraca para levar lá todos os amigos para conhecerem aquilo.

quarta-feira, julho 12, 2006

E depois querem que os trabalhadores andem motivados!

O Correio da Manhã de hoje apresenta na capa o título: "100 ASSESSORES CUSTAM 3 MILHÕES". Comprei o jornal. Era o que eu temia. Conta a história que na Câmara Municipal de Lisboa existem 100 assessores com contrato de prestação de serviços a ganhar por ano 3,1 milhões de euros nos gabinetes da Presidência e dos Vereadores do PSD e PP. Para além disso, existem ainda 47 requisitados à Função Pública. Os cargos destes senhores são de uma importância vital como se pode ver: acompanhamento logístico de porto de honra (devem ser as gajinhas de sainha a mostrarem o dinheiro que gastam no dentista para as as pessoas que vão lá poupar uns trocos al jantar a comer uns croquetes e uns tintóis), visionamento de análise de notícias sobre a artarquia (coisa dificílima!) e design gráfico, entre outras coisas, nem me atrevo a perguntar o quê. Destes já contabilizados 147 assessores, sete ganham num ano mais de 60 mil euros, 5 ganham mais de 50 mil euros, 15 ganham mais de 40 mil euros e 28 ganham mais de 30 mil euros.
E, isto é a cereja em cima do bolo, não estão aqui contabilizados os assessores das direcções municipais e empresas municipais...
Tenho mais de 10 anos de Função Pública. Já trabalhei com todas as cores. Dão-me nojo as falcatruas, os compadrios, a corrupção, o roubo. Também me revolta a total ausência de gestão de recursos humanos e a falta de investimento na formação. Somos carne para canhão. A trabalhadores colocados na função pública porque são filhos ou afilhados de e militantes do partido de turno juntam-se chefias de merda sem visão e formação nenhuma que só não querem é chatices.
Por estas e por outras é que o PS não tem descido nas sondagens com aquilo que tem feito à Função Pública. Toda a gente sabe que algo tem de ser feito. Mas por favor, elevem-se. O exemplo tem de vir de cima. Então fazem poupar à classe média baixa para depois existir uma média alta a gozar connosco do alto dos seus gabinetes. E, ainda por cima não se vê obra feita nenhuma.
Estou enojada!

sexta-feira, julho 07, 2006

O rei Bonga

Ontem voltei a assistir a um concerto junto à torre de Belém, local de boa memória. Ali assisti a um dos mais ritmados concerto de que me lembro, o do Goran Bregovic. Ontem, digamos que o som era mais quentinho. Fomos ver, não o Rei do Kuduro mas quase, o Grande Bonga. Logo na primeira música já toda a gente abanava os rabos (uns melhor do que outros, porque nestas coisas existe uma certa escala, de que quanto mais para norte vamos mais graça perdemos...). Na segunda já eu perguntava, e as bailarinas?. Na terceira música lá entraram elas, que são umas das imagens de marca do Bonga.
O tipo é bom e tem piada. Muita piada, principalmente quando não está a cantar e desata a conversar com o público num português açúcarado/crioulizado. Faltou cantar a Mariquinhas e a Lágrima ao canto do Olho. Também gosto de ouvir nas manhãs de Sábado o Duo Ouro Negro, mas o Bonga para uma Quinta à noite não esteve nada mal!

quinta-feira, julho 06, 2006

O que dá uma ex-mulher escrever um livro sobre um ex-marido...

Há uns dias atrás perguntavam-me que tal era o livro sobre o Bob Marley escrito por uma das suas mulheres. Respondi: "Imagina que a tua ex-mulher escreve um livro sobre ti!". Scary...
Eu, pessoalmente, sempre detestei a cultura reggae e quanto mais sei sobre a filosofia Rastafari mais reservas tenho em relação a isso. Em contrapartida cada vez mais admiro os aspectos estritamente musicais do Bob Marley. Mas toda a história de putanhices contínua parece-me uma grande opressão sobre as mulheres mascarada com uns pózinhos de liberalismo já que não lhes é permitida nem a contracepção nem o uso de roupas curtas; a generalização de que o branco é sempre inimigo é ofensiva e que o aborto foi uma invenção da cultura ocidental para acabar com a negritude parace-me ridícula!
Ultrapassando isto, é interessantíssimo ver como é que esta cena musical surgiu na Jamaica no meio de tanta pobreza e até violência. A partir de agora, que já conheço mais um pouco, estarei muito mais atenta a tudo o que venha de lá.
Voltando à gaja... É uma grande chata, com a mania que é boa. Foi encornada a torto e a direito mas também foi esperta depois. Ficou a gerir o legado todo do Marley.
Edição Casa das Letras.