Diego Rivera

No seguimento da posta anterior sobre a Frida Kahlo, decidi pegar num livro da Taschen/ Público que comprei há pouco tempo sobre o Diego Rivera. Quase tudo o que sei sobre o Diego Rivera li-o por intermédio de livros que li sobre a Frida. Ontem decidi saber mais sobre ele como artista, já que a opinião que tinha dele como homem não era lá muito boa devido aos grandes pares de cornos que ele colocou na cabeça da Frida. Não que ela não o tivesse também adornado, mas isso agora não vem ao caso.

Conhecendo a sua obra fiquei com imensa vontade de algum dia poder ver ao vivo os seus murais. E se nós, portugueses, pensamos na arte muralista decorrente da Revolução de Abril com apreço, olhar para a obra do Rivera faz-nos pensar no quanto essas pinturas erem modestas.

O facto de ele ter conseguido vender a gringos capitalistas arte marxista é fantástico. No entanto, acabou também por ser expulso do Partido Comunista Mexicano por ter aceite encomendas do Governo.

E, pronto, numa fase em que as viagens passam muito pelos livros, lá vou eu sonhar umas quantas noites a sonhar com o México, murais, Casa Azul,..

Exposição de Frida Kahlo no CCB

Em vez de irmos a um Centro Comercial decidimos ir ao CCB ver a exposição da Frida. Mesmo indo já ao final da tarde apanhámos também ali com não sei quantas famílias devoradoras, conceito inventado já não sei por quem que define os bandos que invadem o Algarve em Agosto, os centros comerciais aos Domingos, os hipermercados ao Sábado, as praias ao fim de semana e por aí fora.

Como esta mexicana é, desde há alguns anos para cá, também um ícone Pop, lá fomos nós e mais não sei quantas famílias monoparentais, mestrados e doutorados, designers e webdesigners, turistas de mochila e turistas de trolley, enfim, todos aqueles que criticam a classe média por andarem sempre em multidões, e acabam também metidos em procissões.

Bem feita para mim que me choquei por ver quase uma centena de pessoas na fila para comprar Pastéis de Belém e acabei numa fila bem maior!

Como a companhia era boa e os putos de quase 4 meses e quase dez se portaram mesmo bem acabámos por chegar à exposição muito bem dispostos e sem neura nenhuma para ver os quadros.

Verdade se diga que a exposição nem é muito grande, nem é especialmente inovadora. Dos quadros emblemáticos que toda a gente conhece só lá estão seis ou sete, ou seja, ficam de fora imensas outras obras exemplares da pintora.

De qualquer forma, é emocionante poder ver ao vivo quadros que eu tanto admiro há anos e anos. E, como não podia deixar de ser, são muito mais pequenos do que aquilo que eu tinha imaginado.

Quem quiser saber mais sobre a pintora vale mesmo a pena ler alguns livros que estão editados em português: "Diego e Frida" de Le Clézio e "Frida Kahlo Uma vida" de Rauda Jamis. Porque de fora do âmbito da exposição ficam numerosos dados interessantes sobre a sua vida.

Num futuro a longo prazo fica marcada uma viagem ao México, até à sua Casa Azul.

O encontro de 2 génios

Ontem vi o documentário que o Martin Scorcese realizou sobre o Bob Dylan. Tal como já imaginava o documentário é muito bom. Mais uma vez este realizador não me desilude. Quanto ao Dylan quanto mais o conheço mais o acho admirável. O documentário termina em 1968 quando o Dylan tem um acidente de moto e está uns quantos anos sem gravar nada cansado do barulho todo que se faz à sua volta. Tem também depoimentos giros da Joan Baez, por exemplo. A loucura à volta da problemática do Dylan deixar de tocar numa onda folk e começar a ser mais eléctrico é hilariante. Fez-me lembrar a reacção dos mais puristas ao Achtung Baby dos U2. Uma coisa é certa ,o gajo tinha um feitio do caraças mas traçou o seu caminho e não seguia imposições ideológicas, aproximand-se da figura de um anti-herói.

Um dinossáuro que mudou a história da música filmado por um dos melhores realizadores.

Na minha opinião, claro.

Colecção de Livros das Edições Asa

Existe uma colecção das Edições Asa que o pessoal que vive cá em casa gosta muito. É aquela de capa preta com uma imagem e que temos tido a sorte de comprar a 2 e 5 euros em montes nas poucas vezes que vamos fazer compras a hipermercados. Nela temos descoberto autores, histórias e mundos antes desconhecidos. Às vezes até começamos a gostar tanto de algum autor que passamos a procurar outras obras suas. Deixo aqui uma lista de alguns que temos lido.

A Rameira do Diabo - Catherine Clément
A Senhora - Catherine Clément
A Taberna da Índia - Antonio Sarabia
A Valsa Inacabada - Catherine Clément
Apuros em Puerto Vallarta - Robert James Waller
As Causas Perdidas - Jean-Christophe Rufin
Cinco Pubs, Dois Bares e um Nightclub - John Williams
Como Água para Chocolate - Laura Esquivel
Jesus na Fogueira - Catherine Clément
Marco Polo - A Caravana de Veneza - Muriel Romana
Marco Polo - O Tigre dos Mares - Muriel Romana
Música da Fronteira - Robert James Waller
O Abissínio- Jean-Christophe Rufin
O Afinador de pianos - Daniel Mason
O Deus das Pequenas Coisas - Arundhati Roy
O Fio da Navalha - Somerset Maugham
O Homenzinho Verde - Simon Armitage
Os Territórios do Amor- Mario Delgado Aparaín
Pau-Brasil- Jean-Christophe Rufin
Perfume de Incenso (Holy Smoke)- Anna Campion, Jane Campion
Terra Prometida- José Manuel Fajardo
Um Longo Domingo de Noivado- Sébastien Japrisot

Cada vez sou mais ignorante

Apesar de me terem dito para não vir a "público" escrever esta posta faço-o. Não tenho probema nenhum em reconhecer a minha ignorância numa série de ítems e este é um deles seguramente. Como também tenho a mania das listagens, que servem para me ajudar a racionalizar as coisas, talvez esta sirva para me ajudar a ficar uma nadinha menos ignorante durante este ano. Aliás, este até pode ser um objectivo a alcançar interessante.

Pois é. Da listagem que está em baixo deste texto coloco o nome dos autores da literatura portuguesa que nunca li. E porquê? Não foi por não ter hábitos de leitura. E, também não vou culpar o sistema de ensino, porque das coisas que mais detesto ouvir dizer é que um menino é estúpido que nem uma porta, coitado, porque o sistema de ensino é uma merda!

O que é que me fez não os ter lido? São maus? De maneira nenhuma. Uma coisa é certa. Não estão na moda. Muitos deles nem são escritores malditos que veêm na cartilha daquilo que se deve ler nos verdes anos para se fazer boa figura em público. Porque é que li americanos, russos, ingleses, franceses e não li estes? Não consigo encontrar uma resposta para isso a não ser uma muito leviana, que diz que não temos tempo para ler todos os livros que queremos ao longo da nossa vida.

Por acaso, muitos deles, até os tenho aqui em casa. Quando acabar de ler o livro de cabeceira de agora vou experimentar. Vou dar uma oportunidade aos gajos!

Alexandre O´Neill
Alves Redol
Antero de Quental
António Ramos Rosa
Bocage
Carlos Oliveira
Cesário Verde
David Mourão Ferreira
Eugénio de Andrade
Florbela Espanca
Guerra Junqueiro
Herberto Hélder
José Régio
José Régio
Miguel Torga
Ramalho Ortigão
Teixeira de Pascoaes
Virgílio Ferreira
Vitorino Nemésio

Não podia estar mais satisfeitinha!

Ou como diz mais ou menos o Mick "I can´t get no Satisfaction". Dia 12 de Agosto lá estarémos nós mais a MissRita e o T Relato. Eu não compro os CDs dos gajos mas ir a um concerto dos Rolling Stones é quase o mesmo, para mim, do que ter assistido a um concerto dos Beatles, Doors e outros dinossáuros desta estirpe. E verdade seja dita que até curto o último álbum deles.

Será também mais uma tentativa da minha parte de conhecer o Porto de uma forma prazenteira. Quero ir a Serralves e à Lello (agora já sei o nome e não me vou esquecer). Para quem foi mãe há pouco, pensar que daqui a seis meses temos este concerto é muito bom. Mais alguém quer vir nesta excursão rumo ao Norte para variar?

O Rei e o Reizinho

Desde que me conheço que sou de esquerda e acredito na igualdade de oportunidades para todas as pessoas. Também acredito na República e sinto-me muito orgulhosa de em Portugal termos acabado com os reis há muito muito tempo. Por supuesto, também sou ateia.

O problema é que quando vejo o senhor na televisão ou em qualquer revista de corazón não consigo deixar de pensar o quanto ele parece pacholas. Agora então que casou o filho até me parece que também deve ser um sogro simpático. É inexplicável! Durante muito tempo até fui discreta neste meu apreço. Afinal de contas tinha amigos que detestavam tanto Madrid, o Estado espanhol, a monarquia e o rei que o melhor era estar calada. Detestavam tanto que uma vez, um pouco já enebriados pelos festejos de um aniversário ligaram para o palácio do rei para que o Juan lhe desse os parabéns visto que andava a dizer que era o rei de todos os espanhóis... Simpático também era o facto de ensinarem às crianças que o rei era aquele senhor que aparece nos sêlos. Enfim. Espanholices.

Pronto. Bem sei que este tema não interessa a ninguém. Mas aqui fica registado o meu apreço por este espanhol pacholas que fala excelentemente o português e que só por isso se destaca e muito dos seus conterrâneos.

Tudo isto a propósito de uma conversa ao almoço em que eu declarando este meu apreço choquei um dos meus companheiros de comezainas que se declarava ferozmente contra todos os Reis. Mas, calou-se um minuto depois quando foi interrompido quando o seu avô com o ar mais doce e fraterno lhe disse: "Para que é que estás com essas conversas? Tu para mim também serás sempre o meu Reizinho." Fogo! Anda um gajo aqui a propagandear os seus sentimentos anti-monárquicos para depois ouvir estas coisas. Assim não há condições.

Mais uma listinha!

Esta veio da amiga Horas vagas (http://vemdevagar.blogspot.com/).

4 empregos que já tive:

- ler livros e corrigir testes para um professor cego.

- rádio local (sem ganhar dinheiro nenhum!)

- secretária (durante 15 dias e sem nenhum êxito)

- o actual

4 filmes que posso ver vezes sem conta:

- Eduardo Mãos de Tesousa

- Apocalipse now

- Citizen Kane

- Gilda

4 livros que posso ler vezes sem conta:
(como não gosto de ler um livro mais do que uma vez vou escrever alguns que me marcaram)

- Memorial do Convento
- As memórias de Adriano

- Jaime Bunda

- Cem anos de solidão

4 sítios onde vivi:

- Alfama

- Gràcia

- Alto do Seixalinho
- Alto da Paiva

4 séries televisivas que não perco:
(ou que não perdia…)

- Orgulho e Preconceito

- Dempsey e makepeace

- Sete palmos de terra

- As maravilhosas cidades do ouro

4 sítios onde estive de férias:

- Índia

- República Checa

- Turquia

- Hungria

4 dos meus pratos preferidos:

- Bacalhau com natas

- Lasanha e canelonis vegetarianos

- Carbonara

- tudo o que tenha queijo

4 websites que visito diariamente:

- http://mail.yahoo.com/

- http://www.cgd.pt/

- http://altoseixalinho.blogspot.com/

- http://www.hotmail.com

4 sítios onde gostaria de estar agora:

- País Basco

- Havana

- Deserto do Namibe

- Paris

Bloggers que desafio a fazer este inquérito:

Quem lhe der na real gana!

Seguindo a corrente... (ler em brasileiro sff)

Aqui vai a minha listagem de taras e manias!

1 - Tenho a mania do espírito de contradição. Só por isso vou pensar em 10 manias minhas e não em cinco!

2 - Desde que comecei a trabalhar e a assinar já o fiz de não sei quantas maneiras diferentes tipo LL, MLL, LCL…

3 - Gosto de organizar os livros por género nas prateleiras.

4 – “Nado” sempre ao longo da costa e nunca em direcção ao infinito.

5 – Compro imeeeeeensos livros de culinária mas na verdade não cozinho assim tanto. E quando o faço nunca sigo à risca a receita.

6 – Leio sempre os jornais e as revistas de trás para a frente.

7 – Quando estou a estacionar o carro desligo sempre o rádio…

8 – Em todas as casas em que vivi tinha sempre de existir uma torradeira!

9 – Não leio um livro duas vezes.

10 – Comprar guias de viagens.

Alter do Chão

Acabei por sair do Barreiro mais cedo do que aquilo que estava à espera. Fomos a Alter do Chão no norte do Alentejo. Do dia que lá passámos recomendo o restaurante Páteo Real (umas migas com espargos maravilhosas), o hotel do Convento (não fiquei lá mas fui lá) e uma visita à Coudelaria Nacional. Tirando o Alentejo Beto gostei de ver os cavalos lusitanos, os perdigueiros, as águias e os falcões. Se bem que ouvir falar tanto em raça para aqui e raça para ali me deixa sempre um pouco inquieta. Lembra-me outras coisas.

Apetece-me sair daqui em passeios

Como já estou há 5 meses em casa e só saí daqui para ir até ao Algarve e muito de fugida à Beira Baixa, tenho muita vontade de pegar no carro e descobrir novos recantos em Portugal. Na verdade não é que esteja a passar por uma fase de deslumbramento em relação ao meu país. Mas nesta altura o mais realista em termos financeiros e com uma filha pequenina e um cão o mais adequado é mesmo ir para fora cá dentro. Sendo assim, gostava de aproveitar este ano de 2006 para passear por alguns sítios. Enquanto vou pensando nisto vou viajando mentalmente...

- Douro vinhateiro

- Porto (sem ficar, de preferência, numa pensão de putas e toxicodependentes). Porque não ir ver os Stones lá em Agosto e aproveitar para ir a Serralves e áquela biblioteca/ livraria (?) linda?

- Caramulo/ Bussaco / Luso / Tapada de Mafra (não conheço nada disto e gostava)

- Alqueva

- Beira Baixa (mostrar à minha avó a sua bisneta e comprar à minha filha uma matrafona)

- Tavira (é sempre bom!)

- Ericeira (com a minha amiga IBD)

- Guimarães

- ...

Aceitam-se sugestões!

"Hotel Babilónia" de Cáceres Monteiro

500 páginas lidas sofregamente que contam história do mundo que Cáceres Monteiro conheceu como jornalista. Não é nada pesado, pelo contrário, vê-se que foi escrito por um jornalista. Ou seja, não se está cá com merdas pseudo-literárias. O senhor até já morreu, por acaso, até há bem pouco tempo. Mas parece-me que aproveitou bem a vida. Foi 14 vezes a Macau, esteve em Angola nos dias anteriores à sua independância, assistiu ao nascimento do mais novo país do mundo (Timor), viajou também não sei quantas vezes ao Brasil e aos EUA. Foi aos países de leste antes e depois do muro. E muito mais.

Um muito interessante livro de viagens e de vida.