terça-feira, janeiro 31, 2006

Coisas que se fazem quando se te tempo

Gravar um cd com aquelas canções que nos fazem abanar a carola, mexer o rabo, bater com o pézito, cantar ao volante, levantar o volume bastante mais que o normal, fazer figura de ursa...
Ala dos Namorados –Solta-se o Beijo
Amadou et Mariam – Senegal Fast Food
Ana Belén e Joan Manuel Serrat – Mediterraneo
Ben Harper – Sexual Healing
Blondie – Heart of glass
Bob Dylan – Like a rolling stone
Bob Marley – Redemption song
Bruce Springsteen – The river
Caetano Veloso - Sozinho
Carlinhos Brown, Bonga, Marisa Monte – Mulemba xangola
Carlos do Carmo – Estrela da tarde
Cartola – Preciso me emcontrar
Cazuza – Exagerado
Cazuza e Bebel Gilberto – Preciso dizer que te amo
Cindy lauper – Girls just wanna have fun
Cowboy Junkies – Sweet Jane
David Bowie – Space Oddity
Edith Piaf – Non Je ne regrette rien
Elis Regina - Romaria
Fernando Tordo – Cavalo á solta
Frank Sinatra – My way
Goran Bregovic/ Cesária Évora – Ausência
Hino da URSS
Jacques Brel
– Amsterdam
Jane Birkin e Serge Gainsbourg – Je t´aime moi nom plus
Jorge Palma - Jeremias
José Afonso – Grândola Vila Morena
Judy Garland – Over the rainbow
Lou Reed – Heroin
Louis Armstrong – What a wonderful day
Marisa Monte – Preciso me encontrar
Marvin Gaye – Sexual Healing
Paulo de Carvalho – E depois do adeus
Red Hot Chili Peppers – Under the bridge
Rita Lee – Amor e Sexo
Rolling Stones - Satisfaction
Sérgio Godinho – Espalhem a notícia
Simone de Oliveira – Desfolhada
The Pogues – Dirty old town
The Smiths – Last night I dreammed that somebody love me
Violent Femmes – Blister in the sun
Xutos e Pontapés – Á minha maneira

sábado, janeiro 28, 2006

O sonoro cá de casa hoje












Depois de eu ter colocado na máquina que debita sons 2 cds fresquinhos, o Companheiro lá decidiu ir buscar um dos seus clássicos. Não é mau mas às vezes soa-me a Festival da Otite. ;)

Adalberto Alvarez ao vivo - Cuba - http://www.adalbertoalvarez.cult.cu/index.htm

É conhecido como o cavallero del son.

Lhasa - La LLorona - http://www.lhasadesela.com/

Canta em espanhol e francês. Viveu a infância numa camioneta entre os EUA e o México. Agora acho que para pelo Canadá. Nómada.

Nouvelle Vagues - França - http://www.nouvellesvagues.com/

Nouvelle vague, new age e bossa nova. Tudo junto. Gosto da mistura.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Porque é que eu hoje não sou jornalista?

Decidi ser jornalista aos 11 anos numa aula de Português com a Professora Júlia, que nunca esquecerei. Soube despertar em nós o gosto pela leitura e pela discussão. Foi numa das suas aulas que escrevi uma composição em que de repente se fez luz e percebi que queria ser jornalista.

Consegui o que queria. Aos 19 anos cumpri o meu objectivo: entrei para Comunicação Social. Na hora de preencher os papéis onde se colocavam as 6 opções coloquei esta em primeiro lugar. Em segundo o curso de Relações Internacionais. O resto deixei em branco. Nada mais me interessava. Também teria entrado mas o sentido prático fez-me acreditar que com os meus pobres apelidos e origens nunca iria longe no mundo Diplomático. Felizmente hoje até tenho uma amiga que prova o contrário mas não me arrependo de ter optado pela Comunicação Social.

Ir estudar para Lisboa foi um choque. Senti-me muito pequenina, tive problemas de adaptação provocados por algum sentimento de bicho do mato no meio daqueles 75 indivíduos quase todos tremendamente ambiciosos. Encolhi-me. Completamente. As avaliações demonstraram-se perfeitamente subjectivas segundo o meu ponto de vista. Percebi que para ser jornalista estava quase certo que precisava de ser uma grande chata atrás dos outros, de começar por escrever não sei quantas peças sem interesse nenhum, de entrar num mundo de cão, de começar por ser muito mal paga, de conviver com uma data de ignorantes armados em intelectualóides do Bairro Alto, de lamber as botas aos chefes…

Entretanto, o curso alterou-se e ficou a chamar-se Ciências da Comunicação. Ou seja, os nossos estudos podiam centrar-se no jornalismo na imprensa, tv ou rádio mas também em produção e realização audiovisual/ cinema. Eu que durante tantos anos achava que queria ser jornalista decidi mudar de área e optei pelo Cinema. Mal por mal éramos muito menos e cada um fazia o seu percurso académico. Foi o melhor que fiz. Passei uns tempos a estudar filmes e depois até consegui trabalhar uns anos neles. Que belo trabalho!

Cheguei à conclusão que preferia fazer coisas a escrever sobre elas.

Até agora não me arrependo. Mas quando leio livros como o “Hotel Babilónia” do Cáceres Monteiro ou os livros do Kapucinski estremeço e penso nas descobertas que teria feito se tivesse optado por esta carreira. Nos mundos que teria conhecido Teria com certeza uma vida muito mais excitante. E penso no telefonema que a minha tia J. me fez quando soube que tinha entrado para o curso “Óh filha, tu promete-me que não vais trabalhar para aquelas guerras. Tu não dês essa preocupação à família.”.

Uma moral da história. Pelo menos a minha família está muito mais tranquila comigo assim.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Filme de gaja



















Estava indecisa entre ir ver um filme de gajo (Máquina Zero) ou um filme de gaja (Orgulho e Preconceito). O meu lado de macho perdeu e lá fui ver a décima quinta versão do livro da Jane Austen. Às vezes é bom saber que a história acaba bem e que só estamos ali para que nos contem uma história e só desejamos é que ela seja bem contada. Os actores são bons. Tem uma boa montagem e paisagens lindas dos campos ingleses. E este Mr. Darcy até não está mal!

Cavaco Silva Presidente...

A Democracia dá nisto. Foi ontem mas hoje dediquei poucos minutos ao assunto. Já se estava à espera. Contra as pessoas de esquerda que nunca se sabem unir, juntaram-se todas as pessoas de direita, os mais conservadores e até os mais fascizóides. Mas não foi só o Cavaco que ganhou. O Alegre e o Jerónimo também. Perdeu o Soares e o Louçã. Sinceramente também não creio que se tivesse ganho o Soares ou o Alegre alguma coisa mudasse no país. Afinal de contas o papel do Presidente da República não é assim tão determinante ou, dizendo de outra maneira, poucas vezes pode ser determinante e quando o é às vezes dá buraco.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

O Desporto e Eu

Os meus problemas com o desporto devem ter começado quando nasci. Deve ser por essa razão que decidi só começar a andar aos 18 meses. Segundo rezam as crónicas “Era medo…”. Esta é a versão da minha mãe. Já os vizinhos achavam que algo não estava bem comigo.

Quando cresci os putos à minha volta iam para o karaté e as pitas iam para a ginástica. Tudo isto na colectividade lá do bairro. Eu não fui para lado nenhum. Podia partir qualquer coisa, um braço, uma perna. A minha mãe partilhava da mesma opinião. O facto de sermos as duas Touro deve explicar alguma coisa. A coisa mais mexida que me lembro de ter feito foi brincar na 4ª classe à “Galáctica” o que implicava valentes correrias no recreio….

Na pré-adolescência tive uma aproximação ao desporto nas férias passadas na Beira Baixa. Montei-me à pendura na bicicleta de alguém e cai um valente trambolhão. Estava decidido! Nunca mais me montei numa coisa daquelas. Compensava a coisa com subidas a telhados, caminhadas pelos campos, correrias em ribanceiras e coisas assim.

Na Preparatória lixaram-me. Era obrigada a ter Educação Física. E o professor era meu vizinho ainda por cima… Mas como era muito competitiva disparava no atletismo e nos 100m corria mais do que uma colega que era da Quimigal. Corria tanto que me obrigaram a participar numa corrida estúpida à volta da escola, onde desisti a meio porque inventei uma dor qualquer. Já na ginástica como era bruta acabei por fazer a espargata quase sem dificuldade o que provocava a inveja das minha coleguinhas! Esta parte gostei!

No Secundário foi na boa! Não havia condições para ter Educação Física na escola mesmo!

Até ter 30 anos esta foi a minha experiência desportista. Mas compensava de 4 em 4 anos a ver a Ginástica nos Jogos Olímpicos e a deliciar-me com a Shushunova e a Khorkina.

Mas, um dia algo mudou. Estava eu de férias em Paris e de repente deixei de me mexer. Fiquei dois ou três dias de cama cheia de dores. O médico falou numa qualquer inflamação no músculo intracostal. Qualquer coisa assim. Disse-me que deveria começar a pensar seriamente em fazer desporto. Cheguei a Portugal e comecei a mentalizar-me. Foi assim que o Yoga e a Hidroginástica entraram na minha vida. E gostava de fossem continuando. Uma amiga ainda me levou a fazer uma coisa chamada spinning completamente imprópria para cardíacos! Hoje a minha onda é mais fisioterapia mas vou aproveitando para dar uma espreitadela nas “máquinas”, monstros para os quais sempre olhei com olhos esbugalhados: passadeiras, bicicletas, skis, etc. Cada vez que me monto em cima de uma (salvo seja) penso sempre: “estava tão bem a ler um livro...”. Mas depois lá me entretenho com os visores a ver quantas calorias queimo (dizem eles!), quantos kms percorro, a que velocidade vou…

Fogo, a PDI é uma coisa lixada!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

O meu Nenuco!



Sempre disse que não ia colocar aqui fotografias da Ginga mas aqui vai esta! Não resisti. Obrigada à tia C.A. por me ter proporcionado umas valentes gargalhadas quando vi a miúda com este barrete enfiado na cabeça.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

"Quem mandou matar Amílcar Cabral?" de José Pedro Castanheira



















Acho que dá para ver que gosto de biografias. E, também me interessam temas ligados à questão lusófona, ou seja, áquilo que nos liga indelevelmente aos outros povos do mundo que falam português. É verdade que acalento o sonho de um dia poder pisar o chão dessas terras. Interaesa-me mais ir ao Brasil que à Argentina, à Guiné Bissau que ao Senegal, a Moçambique que à África do Sul e por aí fora.
Amílcar Cabral pelo que sei é um heróis da Lusofonia. Foi um homem culto, guerreiro e corajoso que lutou pela emancipação dos povos de Cabo Verde e da Guiné Bissau contra o fascismo português e o racismo nele subjacente.
José Pedro Castanheira transforma este livro numa bela peça jornalística naquilo que tem de melhor. Investigou muito para melhor poder dar a conhecer esta figura e as circunstâncias da sua morte sem peneiras literárias e eu gosto disto.
Fala-se muito do Che quando tivemos um herói da sua estirpe muito mais caseiro. Quando passo em Alcântara a caminho da Ajuda junto da Faculdade de Agronomia imagino Amílcar Cabral a andar por ali a sentir o frio do nosso Inverno.
Quando acabei de ler este livro senti-me um bocadinho menos ignorante. Na verdade não sabia quase nada sobre o Amílcar Cabral.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

A noiva cadáver - Tim Burton















Gostei! Gostei muito! Detesto histórias tétricas ou mais ou menos de terror mas esta é especial. São 76 minutos de frames que apetece que andem a uma menor velocidade para que possamos ver com mais atenção os desenhos. O meu preferido continua a ser o Eduardo Mãos de Tesoura que me ajudar a ultrapassar não sei quantas neuras na minha adolescência tardia. Funcionava tipo Prozac. Era o máximo. Colocava o filme no video, via-o e depois acabava por ficar bem disposta. Nem sei bem porquê. Agora com 32 anos seria curioso revê-lo. Provavelmente já não me diria muita coisa. Não sei. Tenho de experimentar um dia.
Outra coisa é falar da sala de cinema em que vi este filme: Feira Nova no Barreiro... Ir ao cinema nesta terra continua a ser uma aventura. Mas quando é que este bacanos percebem que numa sala de cinema não se deve ter o comportamento que se tem numa sexta feira à noite quando se vão emborcar para a colectividade?! Os estudiosos do cinema se viessem aqui viriam que passou um século mas o cinema no Barreiro continua a ser um espectáculo de circo. No meio disto eu a R. lá decidimos: "Ai é, então bora lá engolir um pacote de pipocas para ajudar à festa".
Lembrei-me tanto das sessões de cinema na Quimigal e das escarretas que se mandavam do 1º andar lá para baixo...

segunda-feira, janeiro 09, 2006

A minha rua em Alfama




















Quando se entra na rua vê-se um azulejo na parede que diz 1º Prémio da rua mais florida em 1987. Presumo que seja mais uma daquelas iniciativas à volta do Santo António, que naquele bairro é vivido de uma forma quase visceral. Nunca vivi ali muito tempo e posso dizer que a casa me deu já bastantes dores de cabeça. Já me passou de tudo: infiltrações para a vizinha de baixo, infiltrações no telhado, explosão de um esquentador, obras de remendos e obras gerais. Foi o meu primeiro cantinho. Comprei-o em 1999. Entrei para os quadros da Função Pública, fiquei a receber mais dinheiro e decidi investir em termos pessoais e em termos financeiros numa casa. Na verdade acho que até agora não ganhei lá muito... Foi uma compra também feita com o coração. Lembro-me como se fosse ontem. Abri o jornal e reparei no anúncio de venda desta casa que custava aquilo que eu podia pagar, era no bairro que eu queria e tinha a tão falada vista! Telefonei. Fui vê-la e decidi comprá-la sem ter visto mais nenhuma. Para quê?
Anos mais tarde descobri uma fotografia em que apareço eu na que viria a ser a minha rua (provavelmente na minha primeira visita a Alfama) e em que me lembro de ter pensado que quando fosse grande gostaria de morar ali.
Continuo a pensar que Alfama é dos bairros mais bonitos do mundo que eu conheço. E também dos mais difíceis. As suas idiossincracias farão com que seja sempre habitada por velhos, jovens, emigrantes, casais sem cheta. Que família da classe média vai viver para ali? Não existem garagens nem elevadores. Já para não falar em questões ligadas à Protecção Civil...
Se fosse muito rica acho que me entretinha a comprar casas velhas de Alfama e a reconstrui-las. Dói o coração ver aquelas casas a cair. Outra conversa são os cromos que lá vivem. Os carteiristas do 28, 15 e 18. A vizinha Odete que cola na sua porta fotografias do Papa, na Nossa Senhora de Fátima e dos três Pastorinhos. O Miguel que deve ser um puto ali da rua ao lado que tem uma mãe insuportável que me furava os tímpanos a gritar: "Óhhhhhhhhhhhhhhhhhh Migueeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!", todo o dia. A amante do GNR que vive na casa em frente. O geninho do r/c que se corta a pagar o condomínio. Os trolhas bimbos de bigode e armados ao pingarelho. O emigrante em Andorra brutamontes filho da D. Odete que só vem cá à casa da mãe para os putos terem praia. Enfim, aquele bairro dava um filme.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Bloody Sunday - Paul Greengrass - Inglaterra/ Irlanda - 2002




















Deixo aqui o registo do primeiro bom filme a que assisti em 2006. É uma produção da Inglaterra e da Irlanda que ganhou o Urso de Ouro em Berlin em 2002 e que fala desse já famoso Domingo Sangrento que a nossa geração dos anos 80 tão bem conhece da música dos U2. Utiliza a camara à mão, faz uma boa reconstituição e tem sangue na guelram, ou seja, faz-nos sentir toda a tensão dos acontecimentos. Se calhar é um pouco maniqueista mas existem ocasiões em que, de facto, os maus estão de um lado e os bons do outro. Aqui o demónio estava do lado dos pára-quedistas ingleses que trataram os manifestantes à lei da bala... Mas também me fez pensar no fenómeno das manifestações e do quanto elas são manipuladas por partidos, movimentos, comunicação social, agitadores, etc. Lembrei-me dos primeiros de Maio e das PGA, do "Couto interrompido Leite derramado", enfim. Quanto a mim o filme é bom e vale a pensa ser visto. Fica aqui a dica.

domingo, janeiro 01, 2006

Passagem de Ano no Quintal

















Sem comentários... E nenhuma foi bebida por mim!