segunda-feira, março 27, 2006

Hotel para cães...

Como não tinhamos mesmo outra alternativa lá fomos levar hoje o Mandela a um hotel canino! Aquele gajo tem cá uma sorte com os donos que tem, que a estadia dele vai sair mais cara do que alguns hóteis em que ficámos na Índia. Ainda não sei se é ele que vai enlouquecer o dono daquilo ou se é o senhor que o vai educar finalmente. Depois de olhar para o cão durante 5 minutos o diagnóstico estava feito: tem a mania que é o líder do grupo mas é um grande maricas; come, caga e dorme às horas que quer e onde quer; a casa é toda dele!E ainda proferiu algumas pérolas do tipo: é ansioso, nervoso, medricas, saltitão.
Nós engolimos em seco e aproveitámos para lhe pedir então conselhos para tornar o Mandela um cão mais educado. Sendo assim aqui vão as quatro soluções apontada:
- só deve comer uma vez por dia e só a ração dele (está-se mesmo a ver os avózinhos a cumprirem com isto...)
- não pode dormir no sofá. Só numa cama dele. (ou seja, vamos ter de barricar o sofá...)
- se armar um grande granel fechamo-lo na mala do carro até que ele se cale. (os vizinhos vão adorar)
- quando entrármos em casa e ele começar a saltar e a ladrar não lhe devemos ligar nenhuma (esta é especialmente difícil...).
Mas também vos digo uma coisa. A casa nunca pareceu tão vazia como agora sem os seus ladrares, grunhidos, latidos. E até era bom que o Mandela se acalmasse um pouco mas também não o quero amestrado. Vai-me saber bem esta escapadela à Beira Baixa mas estou deserta para ver como é que o Mandela se vai sair desta.

sábado, março 25, 2006

Cuba, Fidel, cinema e a Ginga


A vida é feita de encontros, acasos, coincidências. A Ginga, por exemplo, veio ao mundo porque um certo dia o seu pai e a sua mãe falaram sobre cinema cubano. A história meteria ainda aquecedores, viagens ao Algarve, aviões que não se apanharam, muitos e-mails... Enfim, um grande número de detalhes que agora não interessam nada! Fica para outra vez.
Tudo isto a propósito de um certo documentário que o Oliver Stone fez com o Fidel e que se chama Encontro com o Fidel e que não é nada de especial mas que me fez pensar uma vez mais sobre a urgência que sinto em viajar até Cuba. Neste documentário, que visionei esta semana, Fidel está igual a si mesmo e não creio que o americano que o entrevista, o próprio realizador, tenha conseguido sacar um pouco de mais luz sobre o personagem. Lembrei-me foi de um excelente documentário sobre os cubanos que decidem fugir do seu país tendo como destino os EUA. Chama-se Balseros e é um dos documentários mais marcantes a que assisti. Não está nem do lado de Cuba nem do lado dos americanos. Está sim do lado das pessoas, das suas ambições, fracassos, alegrias. É uma epopeia empolgante filmada durante anos por uma equipa espanhola e que ganhou uma série de prémios.
Realizado em Cuba e por cubanos ocorreu-me logo o Guantanamera, filme que vi no King algures entre 1992 e 1996 e que já revi umas duas ou três vezes sem nunca me cansar. Gosto da história de amor entre a professora e o camionista. Lá vem a minha petite fraqueza por comédias românticas...
Como também gostei, eu e toda a gente, do Buena Vista Social Club, e principalmente dos seus músicos e a sua humanidade.
Menos conhecido mas fabuloso é também o trabalho do documentarista cubano Santiago Alvarez, que tem inclusivamente trabalhos filmados em Portugal na altura do 25 de Abril.
Pronto. Aqui fica uma posta com temperatura solarenga!

quarta-feira, março 22, 2006

À distância de um braço


Era inevitável desde o princípio. Um dia a Ginguinha haveria de começar a dormir no seu quarto. Como sei que lá tem todas as condições que precisa decidi ser o mais racional possível e pensar que esta situação vai custar mais a mim do que a ela e que quando mais depressaa for melhor para evitar depois dependências exageradas no futuro.
Isto é a parte racional, em que decido fazer aquilo que é o melhor, o mais adequado, segundo a minha opinião. Outra coisa é a dor que se sente. Fogo! Estou a escrever ao lado da miúda a ver se ela adormece e já me estou a ver deitada na minha cama e saber que ela não está logo ali à distância de um braço.
Eu que nunca gostei de walkie talkies lá vou estar coladinha aos intercomunicadores que hão-se anunciar despertares, choros e risos, espero.
Nos últimos dias fui preparando o seu cantinho. O lençol, o protector de colchão, o saco de dormir, os penduricalhos em cima da cama, o protector lateral, o sítio para mudar as fraldas, até flores colei na parede. Ao que uma gaja com mau feitio chega...
Neste momento em que escrevo a Ginguinha já está mesmo mesmo a adormecer. Chegou a hora de me retirar.
Lembro-me dos documentários sobre bichos que mostram as fêmeas a alimentarem e mimarem as suas crias mas a ensinarem-lhes também a serem independentes e a se desenvencilharem no mundo sozinhos. Ainda não cheguei a essa fase mas hoje é um dia especial. A Primavera chegou e é tempo de renovação.

sexta-feira, março 17, 2006

Feito à Mão



No mundo em que vivemos cada vez mais vestimos as mesmas coisas, os brinquedos são todos iguais, tudo é comprado já feito, quase nada se produz. Eu, que não tenho quase nada de auto-didacta não me aventuro por estas coisas apesar de guardar as melhores recordações das aulas de trabalhos manuais (excepto madeiras!). Se calhar é a maternidade recente. Ou uma crescente vontade de fugir ao mais do mesmo. Deixo aqui alguns links de artesãs/ artistas que lutam contra isso através de trabalhos muitos interessantes. Quem conhecer mais diga!


A ervilha cor de rosa
Ana Madragoa
A Saloia
Planeta Hilda
Ana Ventura
Papéis por todo o lado
Dina Ladina
Pukaca
Birra de sono

Fermento
Pontos & Artes
Woolys
Baud
Carapau de corrida
Amores de Tóquio
Marta Poeiras
Tricot Urbano
Com o coração nas mãos

Criações do meu lado esquerdo

Linhas e missangas

Amor-Perfeito

Blandícias

Tintas e trapos

Coxi creations

Sebastiãopretocarvão

Margapinta


Dona Chita
Crafting Japonese
Norway needles

quarta-feira, março 15, 2006

Tânger e outros Marrocos de Daniel Rondeau


Recomendo a sua leitura a quem queira ir a Marrocos, a quem já lá foi, áqueles que se interessam pelos cromos todos que já lá passaram: Burroughs, Bowles, Brian Jones...

quinta-feira, março 09, 2006

Vendas Novas - Montemor o Novo - Escoural






Num dia chuvoso, misto de trabalho e lazer, a Kangoo levou-nos até ao Alentejo. Como sempre, o que me marcou mais foi a comida. Fomos ao Azinheirinha no Escoural. Eramos quatro e comemos 97 euros de comida! Fiquei em estado de choque. Bem vistas as coisas até comemos bem mas... Nas entradas tivemos salada de grão, pimentos, cogumelos salteados, favinhas e um queijo amanteigado maravilhoso. O pão era muito bom também. Comemos depois uma Sopa de Cação e Migas. Estava bom mas já comi Migas ainda melhores. Comemos os quatro um pequeno sortido de doces (Encharcada, Morgado e outro que não me lembro agora do nome). Só uma das pessoas bebeu uma taça de vinho.

Saí de lá um pouco chateada. Irrita-me sentir que se armam em espertos comigo, neste caso com os clientes todos. A postura deste senhor que dá nome ao restaurante é a de "Vamos lá servir boa comida à malta mas vamos lá fazê-los pagar o dinheiro de 4 ou 5 dias de trabalho!". Ou seja, e em resumo, recomendo mas para ocasiões muuuuito especiais. De qualquer maneira, saí de lá satisfeita com o que comi mas não com o que paguei. A relação qualidade preço não é muito coerente.

Mas saí de casa!

terça-feira, março 07, 2006

A tradição da noite dos Óscares

Já há muto tempo que eu e mais umas amigas minhas aproveitamos a noite dos óscares para estarmos juntas a tagarelar sobre a vida, os vestidos e os penteados na red carpet, os gajos, as gordas e as magras, os tralhos, a merda da academia, os filmes que vimos e os que não vimos. Eu, este ano só vi um. Por acaso até foi o que ganhou. Mas só por acaso. Está em dvd...
A noite de Domingo para Segunda foi passada aqui em casa. Acho que foi a primeira e a última vez! O princípio da noite até correu bem. Tínhamos um gajo infiltrado que até se ofereceu para assar um chouriço! Depois lá acabou por desistir. Porque só um homossexual conseguiria aguentar as nossas conversas de vestidos, sapatos, penteados...! Ficou o cão e a miúda. O cão esteve a choramingar até às 4 e meia da manhã (hora a que aquilo acabou) porque tinha e gajas a ocuparem o seu lugar no sofá e o miserável só tinha o chão para se deitar! As 3 desgraçadas cada vez que se levantavam tinham de cerrar fileiras para impedir que o cão subisse para o sofá! Para além disso o miserável que está a tirar férias da comida de cão passou a noite toda a babar-se, literalmente, para bolos, pão com queijo, etc.
A miúda percebendo que o que se passava na sala era uma cena de gajas insistiu em participar também contribuindo com animação a noite toda. Teve uma birra que durou 4 horas! Claro que os óscares acabaram e a bacaninha adormeceu e dormiu atá às 13:30 do dia a seguir, só acordando para comer!
Não me perguntem quem ganhou ou não!

sexta-feira, março 03, 2006

4 meses e 60 kg

Pois é, a nossa Ginga hoje faz 4 meses. Já come sopinha, continua a portar-se muito bem e a fazer-me pensar que foi escolhida num catálogo, já curte a xuxa, ri-se muito, enfim, é uma coisa tão linda e tão cheia de graça, como dizia o outro.
E eu hoje pesei-me, coisa que já não fazia há umas semanas pois tinha a consciência que andava a pecar e, inesplicavelmente, a balança disse-me: "Blimunda, já tens 60 kgs". E eu pensei: "Boa! Blimunda continua a pecar!". Ou seja, desde o momento em que desovei já lá foram 17 kgs ao ar. Já só faltam 3. Às vezes penso também o quanto fui bruta nos 9 meses de gravidez e no quanto enfardei. Mas, e voltando a citar palavras alheias: "O que é que nós levamos desta vida? São as comezainas que bebemos, os amores que fazemos e os vinhos que bebemos."

quinta-feira, março 02, 2006

A telenovela cá de casa

Tenho muitos amigos que se queixam que as suas respectivas passam o serão a ver telenovelas. Eu começo a queixar-me do mesmo. A partir das 9 lá chega a telenovela. São os tubarões a fazer o amor com as tubaroas, a ursa que protege os seus filhos dos machos, os vizinhos que não se entendem na pradaria, os machos que se chateiam com as fêmeas por só quererem estar com os filhos. A gazela que foge do leão, o leão que não tem paciência para a hiena, a hiena que não tem paciência para os abutres, e estes não têm ninguém que goste deles, coitados. Umas vezes existem happy ends. Muito suspense em caçadas. Sexo que é sempre procriação. Brincadeiras de crianças. Se tiverem interesse vejam a RTP 2. Passe a publicidade.