quarta-feira, março 30, 2005

Torre de Macau ao anoitecer



Não vi quase nada do Macau by night...Fica aqui uma visão. Faltam é os néons dos casinos, que são mais que as mães!

Torre de Macau de dia



Apesar de não achar nada de especial este tipo de construções megalómanas, esta torre dá mesmo nas vistas! Estava mesmo à frente da janela do hotel.

Templo na rocha



Junto ao jardim Luís de Camões existem umas pedras mostruosas muito bonitas. Os chineses aproveitaram-nas para lá encaixar um dos seus templos.

Raízes de árvore na parede



Em Macau existem árvores fabulosas! Têm ramos que se vão aproximando da terra até se transformarem em raízes e as raízes crescem por todo o lado. Esta vai crescendo sobre um muro. Às tantas, já não se sabe onde acaba o muro e começam as raízes.

Cacareco para queimar incensos



Não sei como se chama esta coisa mas existe em todos os templos. O "muro" que se vê atrás é um vestígio de uma muralha construída pelos portugueses em mil novecentos e troca o passo... Ao lado fica a tal fachada da igreja de São paulo. Mas, não sei bem porquê, às vezes, os pormenores são mais fotogénicos.

Queima incensos na parede




Esta é a minha fotografia preferida! Foi tirada num dos templos. Nunca me consigo lembrar dos nomes... São lugares muito bonitos.

A Pátria honrai que a Pátria vos contempla...



Esta é a frase que está nas Portas do Cerco, na fronteira com a China Mãe... É tenebroso! Tipo big brother is watching you... Mais uma pérola do colonialismo português.

Incensos a arder



Mais uma fotografia tirada dentro de um templo. Com muitos incensos e muita cinza.

Incenso solitário


Mais um aproveitamento no meio das tais pedras gigantes que se encontram em Macau.

Concerto Elba amalho



Uma pessoa quando está longe de casa faz coisas muito estranhas! Eu que nem tenho nenhum cd da bacana! Mas, foi um a experiência muito interessante ver o constraste entre o público brasileiro e o chinês. Não tem nada a ver! Giro giro foi ver a segurança chinesa a passar-se com o bailarico muito pouco ordeiro dos brasileiros. Só lá para o fim é que eles perceberam que era bom sinal e que não vinha mal nenhum ao mundo por estarem a abanar o capacete! No meio nem sempre está a virtude... Os portugueses, esses estão algures entre a seriedade chinesa e o desvario brasileiro.

Incensos suspensos



Nunca tinha visto este tipo de incensos. Cheiram mal como tudo! Ou então sou eu que estou numa fase complicada a nível de cheiros... Mas dão um efeito muito bonito.

Hong Kong



Uma rapidinha de duas horas...

Velas



sexta-feira, março 18, 2005

+ algumas coisas curiosas em Macau

Mercados - peixes e sapos frescos, vivos ainda mesmo!, prontos a serem transformados em grandes piteus!

Associacoes - como os chineses nao podem ter partidos politicos nem sindicatos inventam-se associacoes de tudo o que se possa imaginar.

Humidade - ontem chegou aos 93%... Sem comentarios. E fez sol o que foi bom!

Queijo: quando voltar a Portugal vou-me vingar. Eles nao comem queijo. Segundo o que me disseram, os chineses, muitos deles, tem como que uma alergia aos produtos lacteos.

Camilo Pessanha - Foi preciso vir a Macau para comecar a perceber quem foi este gajo. O Companheiro esta um pouco encalhado neste tema... Ate ja fomos visitar a campa do senhor! Uma figura super interessante. Ainda vou ter de ler muito mais sobre ele...

Jet lag - esta coisa existe mesmo! Acordo as 4 da manha cheia de fome e as 2 da tarde estou quase a dormir...

Lojas chineses - existem algumas muito giras. As minhas preferidas ate agora sao as farmacias. Hoje vimos uma espectacular com aquarios e peixinhos de todas as cores.

Nga Tim e Apomac - dois restuarantes muito fixes aqui em Macau. O primeiro fica em Coloane e o segundo em Macau, mesmo, e e uma especie de cantina numa associacao, com comida macaense muito boa e super barata.

Trabalho em Macau

Apesar de continuar a sofrer quase na pele as ameacas e perseguicoes por ter sido eu a convidada a vir aqui a Macau, para apresentar o trabalho que eu propria tinha feito durante meses, resolvi voltar a escrever aqui. Nos ultimos dois dias fui-me abaixo com os mails que recebia de Lisboa em tom de ameaca. Tudo isto por ter realizado um trabalho que toda a gente diz que esta bem feito e agora estar aqui a apresenta-lo... E super triste. So me apetece ir copiar alguns dos improperios lancados pelo Camilo Pessanha de Macau em relacao a entao metropole...
Mas ja que estou aqui tenho de dar o meu melhor...e em ingles! O que nao e facil. A malta desenrrasca-se e tal mas nao e a mesma coisa.
Resumindo tudo aquilo que tenho feito ate agora:
- reuniao de paresentacao e preparatoria: 7 pessoas presentes. Curadores, director de servico, interprete, etc. Uma troca alucinante de cartoes de apresentacao. Mas no final e bom porque ficas com os contactos de uma serie de pessoas. Troca de galhardetes. Foi giro ver que os chineses nao levam as ofertas para casa, distribuem-nas pelos colegas, o que e muito fixe. Tudo com uma grande dose de protocolo e gentileza.
- apresentacao da mostra em tres escolas: em cada uma delas estiveram presentes 60 alunos com as respectivas professoras. Interessante. Algumas perguntas interessantes. Tudo em ingles (excepto na Escola Portuguesa)... Miudos muito giros. Outros nem tanto. Mas e boa esta aproximacao ao mundo escolar. Na escola portuguesa foi mais complicado. Armados em rufia mas vestidinhos de farda!!! Nao tinham questoes a colocar e os professores tambem nao tinham nada a ver com o audiovisual portanto nao estavam tao bem preparados para colocarem questoes.
- entrevistas com a radio e a televisao de Macau: a radio tem instalacoes muito simples e a pessoa que me entrevistou tem voz de Emissora Nacional. A jornalista da televisao era muito simpatica e colocou questoes pertinentes. Espero nao fazer zapping e encontrar a minha propria cara na televisao...
- conferencia de imprensa: estiveram presentes as 3 tvs de Macau mas nenhum jornal portugues...Tudo em ingles tambem. Correu bem.

quarta-feira, março 16, 2005

Mais umas coisas sobre Macau

Continuo a gostar de Macau. Tem charme, e uma aldeia e ao mesmo tempo e muito cosmopolita. Mas continuo a ver coisas que me espantam:
- Carros: o tuning aqui e uma coisa alucinante. Eles decoram os seus carros segundo um tema. O mais importante de todos e a Hello Kitty!!!! Sim senhor, as mocoilas daqui decoram os seus carros de uma ponta a outra com imagens desta boneca! Mas tambem ja vim um carro decorado com o Nightmare before Christmas...
- Tai chi: e muito muito giro ver de manha os velhotes todos a fazerem tai chi. Dobraram-se todos de uma maneira impressionante mas tambem tem ar de fazer aquilo ha pelo menos 50 anos. E fazem isso principalmente em jardins.
- humidade: quando chegamos estava muito frio e uma humidade que mal se notava. Hoje ja esta a 84%...
- templo de Ha Ma: e muito giro mas eu tenho de aprender muito ainda sobre os habitos religiosos desta gente. Sinto-me uma perfeita ignorante...
- cheiros: tal como na India, os cheiros aqui sao uma coisa impressionante e nem sempre a coisa e muito agradavel.
- arvores: vi aqui algumas das arvores mais bonitas. Tem raizes que nunca mais acabam e ramos que quase chegam ao chao e se transformam em novas arvores.
- obras publicas: ha muito dinheiro a circular aqui. As obras publicas realizadas nos ultimos anos sao impactantes: pontes, torres, edificios....
- seguranca: deve ser dos sitios mais seguros em que estive em toda a minha vida! Toda a gente deixa imensas coisas dentro dos carros a vista sem a minima preocupacao. Ninguem rouba nada a ninguem.
De resto, comecei hoje o trabalho com uma entrevista para a Radio de Macau, feita para a comunidade portuguesa e macaense. Surreal. Fez-me lembrar as radios locais ( e e de facto uma radio local). As voces que eu ouvi (salvo raras excepcoes) fazem-me lembrar a escola da Emissora Nacional... Daqui a pouco irei conhecer o Sr. Lam e o Sr. U.

Hong Kong

Tanto para dizer sobre Hong Kong mas acho que o Companheiro ja vos esclareceu. Pelo menos sobre a postura dele. A minha foi um bocado diferente. Acho que aquilo e de uma beleza muito singulau. E do mais humano que ha, sendo tambem muito contra natura. Tudo aquilo foi feito pelo Homem, mas parece que esta ali para desafiar a desumanidade. Depois de estar ali ja nao faz muito sentido ir a Nova Iorque....
Estao ali as lojas todas de marcas misturadas com as tascas chinesas mais chungas. Cheira tanto as comidas dos bacanos como a perfume frances. Nao sei porque, lembrei-me das torres gemeas ao olhar para aqueles arranha ceus. Lisboa e, de facto, uma aldeia.
So tivemos la 2 horas e foram 2 horas em que eu estava completamente de boca aberta. Acho que faltou um passeio pelo porto e pela zona onde vivem os pescadores. Gosto de cidades com portos e esta tem um muito, muito grande.
De resto, posso nao ter morrido de amores por Hong Kong mas nunca mais esquecerei aquele espaco que e so o mais densamente povoado do mundo. Quem tem curiosidade em conhecer o mundo tem de passar por aqui para ver ate onde podemos chegar. Nem que depois so queiramos sair dali.

segunda-feira, março 14, 2005

Lisboa Frankfurt Hong Kong Macau

Depois de um dia de viagem ate Macau as impressoes sao:

isto e muito longe mesmo!
o hotel ritz de Macau e bom.
o pequeno almoco chines nao tem nada a ver com o nosso mas e bom.
as chinesas nao tem rabo!
apesar de o portugues nao ser muito falado em Macau nao convem utilizar palavras tipo chinoca e coisas parvas destas.
o jet lag e uma coisa do caracas: quando devia dormir nao tenho sono, e tenho sono em todos os outros momentos.
encontram se coisas do tipo Associacao De Individuos de Apelido Leung....
ver todas as ruas com nomes portugueses e impactante.
o tempo esta uma grande merda! como aqui se diz, esta um tempo de capacete: sem luz, frio e sem sol.
o Companheiro esta decidido a renovar todo o seu guarda roupa... e tambem esta com espirito de iniciativa em relacao a binoculos, faquinhas e coisas destas.
e...claro, o Companheiro ja sofreu o primeiro assedio sexual...masculino! tambem ja entrou em dialogo em chines com um puto no meio da rua!
e, como devem ver nao consigo por acentos nesta coisa.
alias conseguir escrever alguma coisa nesta teclado e obra, visto que esta cheio de caracteres chineses!
amanha temos mais um dia livre. o trabalho so comeca na quarta!

quarta-feira, março 09, 2005

Million Dollar Baby - EUA - 2004

Fogo. Fiquei mesmo lixada com este filme! Saí de lá a pensar: foi para isto que eu paguei 3 euros e tal e me desloquei a não sei quantos kilómetros de casa. Tudo bem, que a Hillary Swank tem um papelão do caraças mas acho que não há fogo para tanto fumo. Tantos prémios que o filme tem recebido e a mim não me parece ser um filme assim tão bom. É bom mas deficilmente será o melhor filme do ano. O argumento da coisa irritou-me muito. A conversa da desgraçadinha vítima de uma família white trash e de uma alemã brutamontes já não dá para aguentar. Eu tenho gostado dos filmes dos Clint Eastwood mas este cheirou-me a mais um filme americano bem feito mas que nos consegue irritar imenso no final! Que raiva que me dá...

Hobbie

Há meses que ando ocupada com um hobbie sobre o qual nunca falei aqui e que muito prazer me dá. Voltei a estudar! Poderia gastar o dinheiro numa data de coisas, mas decidi gastá-lo nesta ideia parva, se calhar, de aprender mais umas coisas novas com uns professores quase todos já velhos conhecidos. Por enquanto não estou arrependida. Apesar de estar numa escola que me tira do sério com a falta de horários, de programação e de organização, parece-me mesmo assim, das que conheço, carregada de conteúdo. Gosto do caos desta escola. Pode-se estar a ter uma aula de Culturas do Eu e a ouvir um estudante de musicologia a treinar os seus dedos em cima do piano na sala ao lado, pode-se estar ao sol na esplanada qual lagartixas e estar a discutir se vamos frequentar Hiperficções ou Alteridades. Gosto de ter professores que citam o Blade Runner e o Neuromancer. Não gosto mesmo nada do edifício porque me lembrar um suicídio a que quase assisti em directo mas tento esquecer e comportar-me como se ele fosse meu. Não gosto de algum pedantismo mas gosto muito de fazer amigos nos intervalos e de descobrir interesses comuns. Gosto muito mesmo que não se sinta a competição de uma licenciatura e se assista a um espírito de entre-ajuda.
Espero poder levar este barco até ao fim e chegar lá satisfeita com o caminho percorrido. Não é fácil. È preciso dedicação, tempo, leituras, presença. Tenho falhado um bocado. Mas também gosto de sentir que aquilo não é o mais que tudo da minha vida. É só uma parte dela. Para a semana não poderei ir às aulas. Mas irei aprender coisas que esta escola não me pode ensinar. Cheiros, sabores, sons...

Primavera


A semana passada destilava fel. É verdade. Mas ontem saí de casa e fazia um daqueles solinhos que nos fazem esquecer todos os invernos. Vamos ver se o estado de espírito se mantém... De momento sinto-me na Primavera.

quarta-feira, março 02, 2005

Toda eu destilo fel

Tinha prometido a mim mesma escrever neste blog mais mel que fel mas nem sempre o consigo. Hoje é um desses dias. Nem o facto do anonimato não estar assim tão salvaguardado me faz ficar calada!
Estou naqueles dias em que me apetecia bater com a porta, chamar não sei quantos nomes a uma série de pessoas (e a uma em particular) e ir para a praça pública denunciar todas as falcatruas a que assisto no meu dia a dia! Só não o faço porque sei que ninguém me vai ouvir, eu perdia o emprego e tudo ficava na mesma. Prefiro acreditar que a verdade vem sempre ao de cima e que quem ri por último ri sempre com mais força.
Sinto-me injustiçada! Se no meu meio sou respeitada, a minha chefia tenta humilhar-me a cada dia que passa. Quanto mais apreço recebo do público, dos colegas de trabalho e dos realizadores, mais embirram comigo. Quanto mais invisto na minha formação, frequentando cursos que eu pago do meu bolso mais me olham de lado. Quando sou convidada a representar o meu local de trabalho em qualquer sítio tenho de ouvir piadas de que vou lá passar férias... Quando me têm de dar notas castigam-me e pontuam aqueles que não fazem nada e só sabem é lamber as botas à chefia. Querem que eu vigie os meus próprios colegas e quando eu me recuso a fazer isso sou ostracizada porque desobedeci a ordens. Quando começo a ter nome na área em que trabalho colocam-me a fazer horas como recepcionista no meu local de trabalho. Quando começo a fazer acunpuctura às 9 da manhã, uma vez por semana, para colmatar as dores diárias que tenho num ombro agravadas por andar durante 3 meses a carregar com 1.200 cassetes que tinha de visionar em transportes públicos, chateiam-se porque não sabem de nada e porque eu não faço o choradinho habitual do tuga doentinho... Se me convidam para projectos interessantes massacram-me por ter sido eu a convidada. Em vez de me dizerem as coisas na cara marcam reuniões para me achincalharem à frente dos colegas onde eu fico com uma raiva tal que até começo a sangrar do nariz pela primeira vez na vida! Passam-me violentos atestados de estupidez quando colocam num pedestal outros colegas.
Estou farta! Farta de trabalhar com incompetentes. Farta de levar com as cunhas da secretária, do motorista, do namorado, do apelido, do partido político. Farta de ter de assistir à pequena vigarice e de desconfiar da grande.
São anos e anos, os partidos e as pessoas vão passando e nada muda.
A cidade precisa, as pessoas precisam, o país precisa que as coisas ganhem um cunho de excelência. Eu tento aperfeiçoar-me todos os anos. Estudo, vejo aquilo que se passa no mundo, tentar estar em contacto com o meio. Leio muito, vejo muitas coisas. Reflicto sobre as coisas. Questiono-me mais. Leio mais. Estudo mais ainda. Resultado? Acho que agora sei muito mais que antes. E sinto também que a cidade, as pessoas e o país não está a ter de mim aquilo que eu lhes poderia dar. Chamem-lhe pretensiosismo. Eu chamo função pública. Serviço público. Gosto da ideia. Luto por ela. Mas hoje só me apetece desistir.

terça-feira, março 01, 2005

O Verão do Victor Vargas/ Raising Victor Vargas/ Long way home - EUA - 2002





Saindo do cinema asiático, faz-se uma incursão no cinema independente americano: O Verão do Victor Vargas. Muito bom! Bons actores, boa história, boa fotografia. É passado no Lower East Side de Nova Iorque no meio da juventude latina. (É importante dizer aqui que não faço a mínima ideia de que bairro é este, mas todos os críticos falam dele e todo o filme mostra imagens tão bonitas, que até fiquei com vontade de ir lá!). Parece que é um bairro onde vivem pessoas vinda de Cuba, República Dominicana e Porto Rico. Neste filme, a principal história gira à volta de uma avózinha dominicana, que é o terror das avózinhas!, e que tem de educar três adolescentes com as hormonas aos saltos... De resto, os tiques e trejeitos que se vêem ali bem podiam ter sido filmados no Alto Seixalinho, Vale da Amoreira ou Pedreira dos Húngaros. Afinal de contas, o que é que os adolescentes fazem nas férias grandes? Tentam ir à praia ou à piscina, namoriscam, molengam ou fazem asneiras.
O amor na adolescência é filmado de uma maneira muito bonita.
Fico com muita vontade de ver outros filmes do realizador.