terça-feira, maio 23, 2006

Brrrrrrrrr


Numa terra com depressões profundas, pequenezas endémicas, entropias viciantes mas também génios desaproveitados, lunáticos com carisma e ideias progressistas, muito se fala mas poucas vezes se concretiza alguma coisa. Já vi nascerem e morrerem não sei quantas bandas, falar-se em não sei quantas associações de cultura que nunca fazem nada. Só conheci a Hey Pachuco depois de ela já existir há alguns tempos. Ouvi falar depois numa coisa chamada Barreiro Rocks e de um grupo chamado Act Ups. Ouvi o último disco deles há pouco tempo. Como eles dizem, aquilo é garage rock. Eles que são uns modernos devem saber o que isso é. Eu gostei. Apesar dos novos tempos de mamãe me obrigarem a ouvir aquilo baixinho para não assustar a pacholas da Ginga. Gosto cada vez mais de ver obra feita e menos palavras. Straight to the point como dizem os estrangeiros!

Uma parte de nós vista por eles

Gosto muito de ler o El País. É um bom jornal apesar de já o ter visto ser do mais tendencioso possível, principalmente em termos políticos. Adoro a revista de Domingo que põe as nossas de rastos. Gosto bastante do Tentaciones e do Viajero. No último número escreveram um artigo grande sobre o nosso Algarve. É giro ver o que eles escrevem, o que eles enaltecem, o que pode agradar ou não aos nuestros hermanos. Quem quiser pode ler o artigo aqui.

segunda-feira, maio 22, 2006

O efeito dos raios gama no comportamento das margaridas

Tanto para dizer sobre os raios gama e tão pouco tempo...
Ai as margaridas!
Quero ver agora a discussão sobre este tema tão interessante.
Deve vir algum cromo a dizer que é censura porque se deviam era estudar o comportamento dos cravos. E outros a dizerem os raios... que os partam!

quinta-feira, maio 18, 2006

Quantos dos nossos pais não ficaram também apanhados?

Coloquei-me essa pergunta quando li D´este viver aqui neste papel descripto do António Lobo Antunes. Não falando aqui de toda a carga sentimental e quase erótica destas cartas, é alucinante perceber o quanto a geração dos nossos pais sofreu com a Guerra Colonial. É óbvio que sofreram muito mais do outro lado mas não é do outro lado que quero falar aqui. Mas, a estes então jovens era possível dar o salto para a clandestinidade ou para o estrangeiro. Mas será que essa era um opção fácil? De certeza absoluta que não era. Eu imagino o meu pai vindo da parvalheira e nunca pondo os pés em Lisboa a pensar ir para França! Coitado. Íam para França quem já lá tinha ido de férias com os papás! Foram portanto muitos para África e muitos se sabe que ficaram apanhados da cabeça. Quantos destes cinquentões ou sessentões são os nossos pais, vizinhos, tios? Quantos não carregam em si histórias absurdas, atrozes. Quantos filmes se poderão ainda escrever e livros ler sobre esta guerra? Muitos seguramente.

quarta-feira, maio 17, 2006

Guia de sobrevivência no caso de total ausência de gestão do recurso humano que és

É um trabalho duro. É preciso ter paciência. Toneladas de paciência. É preciso pensar muitas vezes durante o dia que mais vale isso do que passar fome, estar doente, estar no desemprego, ter ordenados em atraso, dor de corno, etc. Mas não é fácil. Termos a ideia de que poderíamos estar a fazer muito mais não é agradável. Mas sermos olhados de lado por ter algum voluntarismo também não. Portanto urge pensar em soluções para manter a sanidade mental num limite aceitável... até que a situação melhore.
Regra nº 1 - Nunca utilizar a palavra Culpa em relação ao próprio. Como não estamos numa onda de auto-gestão não somos nós que nos devemos sentir culpados. Afinal de contas existe alguém que está a receber um salário de chefe para nos gerir a nós.
Regra nº 2 - Manter o olho aberto. Estar a par de tudo o que se passa à nossa volta (ler o Boletim do Trabalhador, os jornais diários, alguma imprensa internacional, a Agenda Cultural). Assim não nos poderão acusar de estarmos a leste, de sermos alienados.
Regra nº 3 - Apostar na nossa formação com profissionais e indíviduos. Sentir sempre que estamos a progredir, a melhorar.
Regra nº 4 - Aproveitar o tempo que estamos ao computador para ouvir música ambiente boa, tipo trazer CDs ou ouvir uma boa rádio. A boa onda mantém-se. Yô...
Regra nº 5 - Ter um blog e actualizá-lo convenientemente. O blog obriga-nos a escrever e a pensar naquilo que escrevemos, à partida, logo, ginasticamos os neurónios e sentimos que temos uma vida e uma história para contar. É possível escrever boas histórias sobre transportes públicos, cromos no supermercado, comida e bebida, relações, cães e gatos.
Regra nº 6 - Ter internet no trabalho potencia também as nossas relações interpessoais através de e-mails, messenger, etc. Estamos ligados ao mundo.
Regra nº 7 - Manter sempre a disposição de voltar a estar motivada para o trabalho!
Aceitam-se novas regras!

terça-feira, maio 16, 2006

Mau feitio



Não li o livro e também não quero ver o filme! Ainda por cima com o Tom Hanks?! Bragghhht.

quinta-feira, maio 11, 2006

2 filmes portugueses... diferentes



Em Portugal as longas metragens que são feitas têm quase todas o apoio estatal, através do ICAM. No entanto, nos últimos anos têm aparecido filmes que fogem a este paradigma. Nos últimos dias vi dois deles: Balas e Bolinhos e Sorte nula. Os dois não correspondem nada à ideia que se tem de cinema português. Não são cinema de autor, pelo menos naquilo que comunmente é aceite como tal. São comédias. Não tiveram apoios estatais e só um deles teve o apoio de uma estação de televisão privada. Curiosamente ambos tiveram distribuição da Lusomundo.
O Sorte nula não apresenta nada de novo, a não ser investir em "actores" televisivos como o Rui Unas e a Isabel Figueira, outros um pouco já mais rodados (António Feio) e mais alguns desconhecidos. Não me surpreendeu.
Agora o Balas e Bolinhos já é outra história! Como é que aqueles tipos conseguiram ter esta qualidade de fotografia e de som sem apoios nenhuns e feito em vídeo?! Conseguiram em sala ter 50.000 espectadores sem promoção praticamente nenhuma. O único "actor" conhecido é o Fernando Rocha. Foi produzido por uma produtora que nunca ninguém ouvir falar chamada AACV que é de ... Valongo. Tem um blog e um clube de fãs. A história em si não tem importância nenhuma, todos eles têm sotaque de bimbos e até aparece lá um mouro (porque será?) e numa hora e meia de filme não existe uma frase que não seja pontuada por uma valente asneira!
Faz-me lembrar esse grande marco que é o Ninja das Caldas!
De qualquer forma, gosto de ver esta rebeldia no cinema português. Em vez de se queixarem estes tipos fazem aquilo que lhes dá na real gana por puro gozo. Gosto disso. Não ficam à espera de apoios e não têm medo de não pertecerem aos lobbys instalados. Os filmes podem não trazer nada de novo. Mas como dizia o outro, também ninguém é perfeito!

quarta-feira, maio 10, 2006

Restaurantes que não se armam ao pingarelho

Detesto restaurantes janotas que se armam em finos mas que falham no principal: servir boa comida. Para além disso, como são sítios sempre muito fashion e pagam mal como o c... têm empregados todos muita loucos, cheios de piercings, penteados à la mode e que só aguentem trabalhar lá um mês, mas que não percebem nada de vinhos, menos de peixe e curtem mesmo é hamburguer. Depois existem aqueles que são tão bons, mas tão bons que nós não conseguimos ir lá porque no money no funny... E existem sempre os outros, aqueles que estão guardados por exemplo no back up de um amigo meu, francês e informático, daí a terminologia, que tem uma série infindável deles espalhados um pouco por todo o país e que normalmente são baratos, limpos e bons. Porquê? Porque são despretenciosos. Estão-se a borrifar para aparecerem em guias na internet e de papel. Não fazem bavaroises mas sabem fazer mousses de chocolate como ninguém. Não servem carne de crocodilo, veado, rã mas também não vendem gato por lebre. Até se dão ao trabalho de servir batatas fritas de verdade! Seguem também a tendência de serem um pouco mais diurnos, dá-me a impressão. Há umas semanas descobri um desses. Nem sei se não era melhor ficar caladinha e guardar estes segredos, mas nada tem piada se não for um bocadinho partilhado não é? É como a história do bacano que vai parar a uma ilha deserta com a Claudia Schiffer... Chama-se Zé Pinto e fica no Calhariz de Benfica (dando o meu melhor consigo dizer que está ali para os lados de Benfica, da Buraca e de Monsanto). Serve um entrecosto maravilho, as tais batatas fritas verdadeiras e um arroz de feijão de chorar por mais e a tal mousse de chocolate de nos babarmos. Não se pode dizer que tenha propriamente uma decoração. Mas os empregados têm anos de casa e conhecem os seus clientes e filhos de clientes. Somos bem tratados mas sem mariquices. Isto tudo sem se armarem ao pingarelho, portanto!

terça-feira, maio 09, 2006

PDI

Por muito que tente não consigo. Ou bem que estou acordada até às 3 da manhã e no outro dia me posso levantar às 11 ou então tenho mesmo que me deitar à meia noite para acordar às 7! Não há nada a fazer. Se mesmo em tempos de escola nuuuuunnnnnca fiz uma directa na vida e nem as maiores borgas me levaram a entusiasmos desta natureza agora então já não há nada a fazer. Sinto a ressaca mas nem é por ter bebido. É mesmo por não ter dormido. Que merda! Cada vez sou mais um animal diurno.

sábado, maio 06, 2006

Estamos em Maio e ainda só vi 3 filmes bons este ano...



Três filmes bons é um número mau! E, ainda por cima, dois deles até já são de 2004 e só os consegui ver em DVD: Closer /Perto demais de Mike Nichols e Crash/ Colisão de Paul Haggis. Bem sei que com a gravidez, o parto e agora a miúda as coisas se alteraram um pouco mas enfim... A ver se recupero nos próximos tempos. O Me and everyone we know da Miranda July vi-o em cinema na abertura do Indie, facto que mereceria só por si uma posta, pela importância que dou a este evento, um dos mais marcantes e bem organizados do nosso país e que vem provar que não são só as cunhas que funcionam, que trabalhar bem compensa e que a cultura até pode ser de interesse público e económico. Gosto deste desmistificar de ideias feitas.
É que já não há pachorra para grande parte dos discursos derrotistas!

sexta-feira, maio 05, 2006

Jusqu'ici tout va bien...

Jusqu'ici tout va bien...
Jusqu'ici tout va bien...
Mais l'important c'est pas la chute...
C'est l'atterrissage.
Não é nenhuma homenagem à nossa amiga CM e não nutro nenhuma simpatia por poesia, nem especial amor pela língua francesa. Mas gosto muito desta frase. É de um filme que eu gosto bastante: O Ódio de Mathieu Kassowitz. Sou capaz de vê-lo vezes sem conta sem me enjoar. A "malta" anglófila devia também dar uma olhadela a este filme para perceber que a sociedade francesa, os filmes franceses e as suas histórias ainda têm uma petite palavra a dizer!
Até agora está tudo bem.
A Ginga fez 6 meses. Seis meses de mãe. Foi no dia 3 a comemoração, dia em que a minha mãe também fez 60 anos. Nesse dia não trabalhei. Fui curtir as Gajinhas! Às vezes dão conta da minha cabeça, mas também devem ser as pessoas no mundo a quem eu estou mais visceralmente ligada.
Até agora está tudo bem.