sábado, abril 30, 2005

Paul Auster

Indo mais além dos temas materno - infantis...
Fiquei mesmo triste por ontem não ter ido ver o Paul Auster na Culturgest.
Poucas vezes tive este impulso de ir ouvir um escritor. Aliás, agora me lembro que só o fiz duas vezes e sempre com a mesma pessoa: José Saramago. A primeira vez em Portugal, no CCB quando o povão se juntou todo lá para o felicitar pelo prémio Nobel. A segunda, quando eu me encontrava exilada em Barcelona e o fui ouvir no CCCB e me enchi de orgulho por ver toda aquela multidão catalã a recebe-lo em ovação.
Faltei ao encontro com o Paul Auster. Terei de me contentar em continuar a ler os seus livros.

quinta-feira, abril 28, 2005

Catarina / Álvaro ?




Muita da minha ausência neste blog deve-se ao facto de ter a reserva mental de chegar às 12 semanas de gravidez para poder dizer com a goela aberta: vou por uma criança neste mundo!
Quando pensava em escrever sobre um livro, um filme ou um restaurante pensava sempre: “Então eu vou escrever sobre isto, quando o que tenho na cabeça é o eu tenho dentro de mim?!”.
Esta semana já passei esta barreira psicológica, portanto já posso escrever aqui sobre o que me vai realmente na alma.
Por um lado estou super feliz, por outro estou angustiada. Para além de desejar ardentemente que nasça um bebé saudável, quero conseguir ser uma boa mãe. Espero bem que sim. Desejo do fundo do coração (que piegas...) ser capaz de educar bem uma criança de forma a que ela venha a ser um ser humano saudável e feliz. Espero conseguir saber, eu mesma, evoluir como pessoa, para que esta criança que aí vem goste de mim e me respeite como mãe, sentimento que eu mantenho para com os meus pais hoje. Quero saber construir um lar para receber este bebé e ao mesmo tempo abrir-lhe as portas da casa deste mundo.
Uma coisa é certa, e nunca tinha pensado nisso antes, posso ter algumas dúvidas em como vou ser como mãe, mas tenho a certeza que esta criança que aí vem vai ter os melhores avós do mundo. E fico muito feliz por eles também.

quarta-feira, abril 27, 2005

AMSTERDÃO

Viajar até Amsterdão fez-me ver ainda com mais evidência tudo aquilo que nos separa da Europa a sério. Onde em Lisboa se vê novo riquismo, em Amsterdão vê-se maturidade.

* a maior parte das pessoas move-se de bicicleta.
(logo, não se nota a poluição porque circulam poucos carros nas ruas. E, os tipos que andam de carro são na maior parte imigrantes que adoram o tuning e música em altos berros.... no comments... Os transportes públicos também funcionam super bem mas também não admira: não existem carros a empatar o trânsito...).

* não existem problemas de reabilitação urbana!
Ao contrário de Lisboa, em Amsterdão não existem prédios a cair aos bocados nem, ao que me quis parecer, abandonados. 90% das casas são antigas, do séc. XIX e estão em perfeito estado de condição. Toda a cidade corresponde a um conjunto muito harmonioso de fachadas em ruas cheias de árvores bordejadas por canais. Estes tipos que também foram comerciantes como os portugueses e também andaram a piratear os outros souberam beneficiar, de facto, com o seu apogeu económico a maior parte da população e da cidade.

* multiculturalidade
A cidade está cheia de pessoas de todas as partes do mundo. Pode-se pensar “também Lisboa”, mas em Amsterdão é diferente. Vê-se que este processo já tem muuuiiiitos anos. Notei isso na quantidade de casais mixtos que passeiam pelas ruas. Vê-se que as diferentes comunidades estão integradas na sociedade holandesa, o que facilita a integração dos indivíduos.
Com isto não quero dizer que aquilo seja uma sociedade perfeita. Se o fosse não teríamos ouvido falar em assassinatos por questões religiosas.

* drogas
Eu que nem sou consumidora agradou-me ver que quem quer fumar um charrito o faz sem ter de estar a fazer aquela figurinha parva de estar a esconder algo diabólico e maléfico para toda a humanidade. Para estar melhor documentada até fui ao Museu da Erva. Mas, apesar de estar mais bem documentada, continuo a pensar da mesma maneira: acho bem que despenalizem o consumo de drogas leves mas eu cá continuo a não ter queda nenhuma para a coisa.

* red light district
Fiquei bastante perturbada com aquilo. Muito. Continuo a achar um voyerismo atroz estar-se a vender carne feminina (ou quase) em montras. Não acho bem nem mal que o façam, até acho mais higiénico que a situação que se vive aqui, mas não gostei de ver. Tal como não gosto de ver os animais enjaulados em jardins zoológicos e lojas. O pavor que senti naquelas mulheres ao verem as máquinas apontadas à sua montra leva-me a pensar que a sua presença ali não é tão “natural” como certas cabeças muito progressistas me querem fazer pensar. Ao fim ao cabo do nosso lado da montra o que é que havia? Grupos de ingleses e de árabes a babarem-se completamente bêbados para as gajas mas que não me parece que estivessem em grande condição de consumar o que quer que seja e curiosos como eu.

* Anne Frank
Saí da casa da Anne Frank praticamente a chorar. Não senti naquele espaço qualquer tipo de aura. Acho que o que me fez ficar mais perturbada foi o facto de ter visto que na listagem por ordem alfabética de apelidos dos 130.000 deportados de Amsterdão para campos de concentração, ao lado dos Franck, estava a família Franco Mendes da Costa. Quem me diz a mim que se os aliados não tivessem entrado em acção, depois dos judeus, dos comunistas, dos ciganos, dos deficientes e dos homosexuais, não viríamos também nós raçudos do sul?
Comprei um livro em português sobre esta história. Devemos tê-la sempre presente para que não se tente branquear a história.

* Van Gogh
Gostei muito do museu. É um dos melhores que já visitei. Cheíssimo de gente mas aprendi bastante e é um luxo poder estar em frente das obras deste mestre. Tinha ainda uma exposição muito boa do Egon Schile, do quem não aprecio muito a obra mas foi bom poder vê-la tão bem representada ali.

Ainda me devo lembrar de mais algumas coisas sobre a estadia em Amsterdão mas por enquanto fico-me por aqui!



sexta-feira, abril 15, 2005

Chapéus de sol de praia



Uma ida à praia no mês de Abril num dia de sol faz-nos sempre ficar bem dispostos e pensar que está a chegar o sol, as férias, as petiscadas, os barquitos no mar, o peixe grelhado, os festivais...

Licor Beirão à beira mar



Eu que até estou abstémia, vibrei com esta visão. Qual Gin tónico qual quê! Licor Beirão é que é. E com algum esforço, alguma profilaxia também esta coisa há-de fomentar.

Vista da praia do Barreiro



É verdade . O Barreiro tem praia e ao final do dia é possível assistir a este pôr do sol. Nem parece o subúrbio. E, é também qualidade de vida.

Ele e o cão



Não é por nada, mas às vezes sabe muito bem ter os dois à solta...

quarta-feira, abril 06, 2005

Próximo destino: Amesterdão!



Há certas alturas em que gosto de mim. Naquelas alturas em que colho frutos por ser arrumadinha em algumas coisas da minha vida. Nos cartões, por exemplo. Tenho cartões de tudo. De estudante porque dão descontos nos cinemas. Da Galp porque dão brindes. De dadora de sangue porque posso ir visitar pessoas ao hospital sem passar por filas. E... tenho o cartão da Tap onde pacientemente tenho vindo a acumular milhas das minhas viagens. Há uns dias reparei que tinha milhas para ir, sem pagar bilhete, a alguns destinos europeus (Paris, Praga, Roma, Amsterdão, etc). Para além disso, ainda dava para levar uma pessoa comigo também sem pagar bilhete. Existem gajos no mundo com muita sorte!. Pensei logo em Amsterdão, que é um dos destinos europeus que me falta conhecer. Assim, aproveito o feriado do 25 de Abril e vou festejar o Dia da Liberdade numa das cidades mais libertárias do mundo!

A noiva indecisa/ Bride and Prejudice – Reino Unido/ EUA - 2004



Um filme muito mau mas super divertido. Os mais optimistas acham que o filme é um divertimento sobre Bollywoood, os mais pessimistas (onde eu me incluo) acham que aquilo é tão ingénuo (chamemo-lhe assim...) como esses filmes e o guião e os actores poderiam ser MUITO melhores. Mas, mesmo assim gosto de ver estes filmes. Acabam sempre bem, têm paisagens magníficas e dá para matar um pouco as saudades da Índia. Para além disso, este filme tem ainda a actriz/ modelo/ Miss Mundo Aishwarya Rai! O que quer dizer que tem a mulher mais admirada em toda a Índia, que tem um tal peso na cultura popular indiana, que é a imagem de marcas como a Pepsi e a Lóreal. E que não é uma Maria vai com todos. A bacana já fez dezenas e dezenas de filmes e nunca deu um beijo na boca no écran! E nunca mostrou as maminhas...
De resto, este filme é baseado no Orgulho e Preconceito da Jane Austen, e eu sou daquelas pessoas que acha que nunca existirá uma versão que suplante a série da BBC com o Colin Firth! Aliás este Darcy não tem nada a ver. É um neozelandês a fazer de americano de olhos claros com um ar super desenxabido que só, às vezes, mostra alguma chama.
Há que referir que a produção do filme nem é indiana, mas sim inglesa e americana, daí a história acompanhar alguns percursos da diáspora indiana pelo mundo.
O contexto foi giro porque fui ver o filme incluída num grupo de cinco mulheres, o que já não me acontecia há anos e como a sala estava vazia podemos rir-nos à vontade das indianices do filme.

Vinicius Cantuária – Forum Lisboa

Mais um concerto de música brasileira. Gostei. Vi da primeira fila, o que é uma sensação sempre boa pois levas com toda a emoção dos músicos quase em cima de ti. Até lhes vês as rugas, os risos, os trejeitos . Nunca ouvi nada deste gajo em disco mas as boas referências que li sobre ele levaram-me a experimentar ir ouvi-lo em concerto. Não me arrependi nada porque os músicos que o acompanhavam eram muito bons e aproximavam a MPB dos sons do jazz e as canções eram bonitas e a postura honesta. A sala não estava cheia mas o público era bom. E é sempre bom assistir a concertos neste tipo de salas mais pequenas, tipo Aula Magna. Fiquei com vontade de ouvir mais coisas do Vinicius Cantuária no aconchego do lar.

- este post é dedicado ao amigo Atalaia, grande apreciador de música brasileira e que estava a ansiar por actualizações neste blog ! –