sexta-feira, setembro 29, 2006

1992-1996

Entre 1992 e 1996 estudei na Av. de Berna. Depois de um sonho concretizado entrei por aquele grande portão em busca de novos colegas, professores, autores, salas de aulas. Éramos 75 mais os contingentes especiais: Açores, Madeira, atletas de alta competição, ad hoc, filhos de imigrantes e cidadãos de PALOP. Bués, portanto, como se dizia na altura. Na verdade, a coisa nunca foi muito disfarçada: éramos quase todos verdadeiramente insuportáveis! No alto de médias altíssimas julgávamos que íriamos continuar a ser os melhores em tudo. Grande balde de água fria. Alunos com média de 93% liam a Maria e queriam no futuro apresentar Telejornais. Não sabiam que existia um país chamado Togo mas queriam trabalhar no Internacional. Nunca ouviram falar no Ataturk mas trabalham em Política. Hipoteticamente éramos quase todos de esquerda e quem aos 18 anos já tinha carro deixava-o lá bem longe para não ser chamado de fascista. Usavam-se cores sérias, sisudas e aborrecidas senão parecia mal. Era para dar um ar inteligente.
Senti-me o mais deslocada possível. Demorava 4 horas em transportes públicos e nunca tinha saído do país, para não dizer que pouco mais conhecia do que o Barreiro e alguma Beira Baixa. O que conhecia do mundo tinha-o consumido em milhões de horas de leituras que me fizeram ganhar uma valente miopia. Pensava que ali os professores queriam saber as nossas ideias mas não. Percebi que queriam que desbobinássemos aquilo que os autores de turno tinham dito. Zanguei-me muito e pensei desistir. Felizmente aproveitei umas férias para me marimbar nos livros e decidi entrar num comboio e partir. Andei um mês naquilo e percebi que muito mais interessante do que ler é viver, também. Descontraí. Continuei a ler mas tenho a ideia que comecei a viver muito melhor desde aquela viagem. Desisti de ser jornalista. Preferi estudar para fazer coisas do que falar nas coisas que os outros faziam. Até hoje não me arrependo. Tirei o resto do curso por prazer numa área que muito me interessava: o Cinema.
Acabei o curso em 1996. Gostei. Tem grandes aberrações mas aprendi muito com alguns professores brilhantes e outros que nem tanto. Nunca cheguei a ser uma aluna genial mas também não o tentei. Adquiri ferramentas úteis para o meu futuro. Fui uma catorzinha.
Hoje vou rever para aí uns 20 colegas desse curso num jantar organizado em cima do joelho, passados 10 anos sobre o final da licenciatura. Os amigos que fiz ali para a vida continuo a vê-los. Faltam os e as pedantes. Os filhos dos capitães de Abril que se julgam superiores porque têm um apelido e que agora são todos do Bloco, assim muito gauche caviar. Será que os filhos de gente rica ainda disfarçam que o são? Haverá alguém vestido de cor de rosa? Será que alguém já é mais do que jornalista, assessor político ou ainda lhes falta mais uns 5 ou 6 anos em cima? Eu cá dou-me por satisfeita por estar lá a minha amiga C.A., que tem, tal como eu, a elegância de um chaimite e a verborreia dos insuportáveis suburbanos. A finesse da minha adorável I.. O charme e desassossego da S., a quem eu não ponho a vista em cima há para aí 5 anos. A inteligência da H.. O humor da P.. A terra a terra da S.. E vou sentir muito a falta da malta do Ilhéu.
O balanço é positivo. Não lhes perdoo é o facto de me terem feito gastar carradas de dinheiro em casamentos que passado um ano estavam todos acabados! Mas mesmo aí foram coerentes. Não se diz por aí que é no meio dos jornalistas que mais divórcios existem? Quem é que os aguenta mesmo?

quinta-feira, setembro 28, 2006

Para acabar de vez com o desemprego!

Ouvi hoje de manhã na TSF que no Brasil nestas eleições está proibida a afixação de cartazes e que os partidos apostaram mesmo foi nas bandeirolas. Os brasileiros sempre com boa onda dizem que é uma boa maneira de fazer amigos e ganhar uns dinheirinhos. Se o Sócrates ouve isso ainda marca para aí umas eleições antecipadas, proibe também a afixação de cartazes e o desemprego acaba em Portugal com toda a gente a abanar bandeirolas vermelhas, rosas, laranjas e amarelas em cada semáfaro do país! E sendo ele tão amigo do Ambiente, ainda nos vai convencer da ecologia inerente à medida.

10 anos

...é muito tempo! Já que estamos numa de canções, músicas e poemas. É sempre bom quando conseguimos dar às nossas vidas uma banda sonora. Hoje deixei o Mudar de Vida e oiço na minha cabeça o 10 anos do P. de Carvalho. Se ficar sentada nesta cadeira muito mais tempo temo que a pimbalhada me suba à cabeça!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Mudar de vida

Já estou como o outro que dizia para mudar de vida se não estivéssemos satisfeitos! É o que eu penso fazer num futuro que espero próximo.
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar.
Acho estes versos magníficos. O que me chateia é que os oiço e só vejo à minha frente o ar de cura do Louçã. O Variações deve dar umas quantas voltas só de ver o aproveitamento que fizeram desta música numa certa campanha. A mim, pessoalmente nesta altura do canmpeonato enche-me as medidas.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Luminosa P

Nos EUA só a vejo fazer filmes sem interesse nenhum e em papéis meramente decorativos. No "Volver" enche o écran de luz e de talento e também de mamas e cu, é certo. Segue o caminho da Anna Magnani mas sem a tortura da italiana. Uma gaja à séria! Chora, ri, canta. Para ser perfeita só falta ter um nadinha de celulite, uma cicatriz no joelho e uma marca algures de bexigas loucas.

sexta-feira, setembro 22, 2006

50 álbuns de família

A Radar apresenta no seu blog uma listagem dos 50 álbuns de rock que já fazem parte da família. A listagem está feita pela ordem de transmissão. Estão abertos os comentários aqui. Eu cá até curtia ter uns trocos para entrar na Fnac e comprar alguma cultura para a minha ignorância e passar um fim de semana a ouvir coisas que acho que devia conhecer.
1. The Velvet Underground - "The Velvet Underground & Nico" (1967)
2. Nirvana - "Nevermind" (1991)
3. The Beach Boys - "Pet Sounds" (1966)
4. Television - "Marquee Moon" (1977)
5. Jeff Buckley - "Grace" (1994)
6. Pink Floyd - "The Piper At The Gates Of Dawn" (1967)
7. Human League - "Dare" (1981)
8. Neil Young - "Harvest" (1972)
9. Gang Of Four - "Entertainment!" (1979)
10. Scott Walker - "Scott" (1967)
11. The Beatles - "Rubber Soul" (1965)
12. Pixies - "Surfer Rosa" (1988)
13. Lloyd Cole & The Commotions - "Rattlesnakes" (1984)
14. Captain Beefheart & His Magic Band - "Safe as Milk" (1967)
15. Talking Heads - "Remain In Light" (1980)
16. My Bloody Valentine - "Loveless" (1991)
17. Depeche Mode - "Violator" (1990)
18. The Zombies - "Odessey And Oracle" (1968)
19. Patti Smith - "Horses" (1975)
20. Jesus And Mary Chain - "PsychoCandy" (1985)
21. Pink Floyd - "Dark Side Of The Moon" (1973)
22. Pavement - "Slanted And Enchanted" (1992)
23. David Bowie - "Hunky Dory" (1971)
24. Echo & The Bunnymen - "Ocean Rain" (1984)
25. The Flaming Lips - "The Soft Bulletin" (1999)
26. Wire - "Pink Flag" (1977)
27. Massive Attack - "Blue Lines" (1991)
28. António Variações - "Anjo Da Guarda" (1983)
29. The Clash - "The Clash" (1977)
30. The Doors - "Strange Days" (1967)
31. Bob Marley & The Wailers - "Catch a Fire" (1973)
32. The Go-Betweens - "16 Lovers Lane" (1988)
33. The Jimi Hendrix Experience - "Are You Experienced?" (1967)
34. dEUS - "In a Bar, Under The Sea" (1996)
35. Blondie - "Parallel Lines" (1978)
36. The Beatles - "Revolver" (1966)
37. Stone Roses - "Stone Roses" (1989)
38. Can - "Ege Bamyasi" (1972)
39. Elvis Presley - "Elvis Presley" (1956)
40. The Strokes - "Is This It" (2001)
41. Duran Duran - "Rio" (1982)
42. Os Mutantes - "Os Mutantes" (1968)
43. Ramones - "Ramones" (1976)
44. Nick Drake - "Five Leaves Left" (1969)
45. Kraftwerk - "The Man-Machine" (1978)
46. Pearl Jam - "Ten" (1991)
47. The Stooges - "The Stooges" (1969)
48. The Smiths - "The Queen Is Dead" (1986)
49. Bob Dylan - "Highway 61 Revisited" (1965)
50. The Rolling Stones - "Sticky Fingers" (1971)

Gostei da capa pronto!

Uma gaja também pode ter fraquezas destas não é? Num número editado pelo Armani em que o bacano para falar da condição das mulheres africanas pinta a anoréxica Kate Moss de preto. Na Europa uma gaja assim quer ser gira. Em África provavelmente é porque passa fome. Ilustrativo.

quinta-feira, setembro 21, 2006

O Fiel Jardineiro - Fernando Meirelles - 2005 - Inglaterra/ Alemanha

Visão europeia de África de um livro do Le Carré filmada por um realizador da América Latina que consegue dar glamour fotogénico aos favelados deste mundo, se tal é possível. História de amor, de diplomacia, de fome e doença e de África. Visão de uma África deles que se parece também com uma África que está no imaginário de todos nós mais ou menos politicamente correctos a viver do lado de cá do estreito. É tão visceral que passei quase o filme todo a controlar, mais do que lágrimas, soluços. Acho que é, indiscutivelmente, um excelente filme. Para todos. Para mim é só o melhor que vi até agora este ano. Para variar com um ano de atraso da sua exibição nas salas.

"O Diabo passou ontem por aqui, este lugar ainda cheira a enxofre"

Afinal a política às vezes tem graça! Deixo aqui parte do artigo que o DN de hoje apresenta sobre a intervenção hilariante do Hugo Chávez na ONU. O homem é um cromo mas acaba por ter a lata que eu gostaria de ver em muitos políticos cinzentões da praça.
"Se havia curiosidade quanto ao tipo da intervenção que o Presidente da Venezuela poderia fazer ontem na Assembleia Geral das Nações Unidas, o mínimo que se poderá dizer é que Hugo Chávez não frustrou as expectativas.
Primeiro, quando subiu à tribuna e recomendou, insistentemente, a leitura do livro que trazia na mão, Hegemonia ou Sobrevivência - A Demanda Americana pelo Domínio Global, do ensaísta norte-americano Noam Chomski, e que fez questão de mostrar várias vezes. "É excelente para se entender o que se está a passar hoje no mundo e a ameaça que pende sobre o planeta por causa das pretensões hegemónicas do imperialismo dos EUA que põe em risco a nossa sobrevivência comum."
E depois, quando nomeou directamente o Presidente dos EUA, não fosse alguém na sala não perceber que Hugo Chávez estava mesmo a apontar um dedo acusador a George W. Bush, que na véspera discursou perante a Assembleia Geral da ONU que está a decorrer em Nova Iorque. "O Diabo está em casa. O Diabo passou por aqui ontem, este lugar ainda cheira a enxofre."
Referências a Hitchcok
Estava dado o mote para os 15 minutos (tempo máximo de discurso permitido) de fama de que falava Andy Warhol, com vários delegados a não conseguirem conter o riso. "Ontem, a partir desta mesma tribuna, o Senhor Presidente dos EUA, a quem eu chamo o Diabo, veio aqui falar como se fosse o dono do mundo. Um psiquiatra não estaria a mais para analisar o seu discurso. Como porta-voz do imperialismo, veio dar-nos a sua receita para garantir a continuidade dos actuais esquemas de domínio e de saque. Se fosse um filme de [Alfred] Hit- chcock, bem poderia chamar-se A Receita do Diabo."A partir daqui, Chávez não perdeu tempo, instando os delegados presentes nesta Assembleia Geral a unirem-se contra a pretensão hegemónica dos EUA, na linha do que também Cuba e o Irão têm vindo a repetir, como se viu no decorrer da recente Cimeira do Movimento dos não-Alinhados, que se efectuou em Havana."Bush põe a cabeça de fora e só vê extremistas", declarou Chávez, garantindo ao seu homólogo norte- -americano que essas imagens não correspondem a nenhuns extremistas, mas tão somente aos povos que estão a insurgir-se, um pouco por toda a parte, contra o império e o modelo de dominação imposto pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial. (...)"

quarta-feira, setembro 20, 2006

Afinal sou normal!

Aqui descobri que afinal não preciso de baixar dois números na roupa! Sou normal segundo o que dizem ali. Estou muito mais descansada. Chiça. Andava aqui a sofrer sem necessidade nenhum. A parte mais chata é que estou a 0,5 pontos de já estar overweight. Só para me castigar amanhã vou almoçar ao japonês!

+ 2 do Agualusa



Não sei bem o que são ou não obras menores. Mas não deve ter a ver com o número de páginas. Estes dois livros "A substância do amor" e "Fronteiras perdidas" do José Eduardo Agualusa) até são pequeninos e foram escolhidos por motivos não muito literários. Eram pequenos e divididos em capítulos o que permitia que um olho estivesse a ler e o outro a vigiar a quantidade de areia comida pela Ginga. Acho que vou desenvolver uma espécie de estrabismo.

terça-feira, setembro 19, 2006

Deus, pátria, autoridade...Sol

As revistas em Portugal aborrecem-me. Sou capaz de fazer uns quantos kms à procura do El País ao Domingo e ficar ligeiramente aborrecida se não o encontro. Assim, sempre que sai uma nova publicação compro o nº 1 com a aspiração de encontrar algo na minha língua que substitua o EPS. Foi o que fiz no Sábado passado. Fui duas vezes ao quiosque para o ir comprar. Tive depois até a sorte da Ginga dormir uma sesta o que me permitiu ter uma hora e meia refastelada na minha cadeira a apreciar o Sol. Li quase toda a revista Tabú e cada página que virada aumentava a minha indisposição. Passo a explicar porquê:
- Percebi que devia ser uma publicação de direita mas também não precisava de ser tão à direita e tão conservadora.
- O tema de capa é sobre um tema de justiça sobre uma mãe mulata que meteu na cabeça que tinha de ter um filho branco e então decidiu trocar bebés no hospital. Podia ser uma história de cariz social interessante mas deram-lhe um tratamento 24 horas e Correio da Manhã.
- Apresentam-nos 3 accionistas por quererem desvendar o mistério de quem estava por trás do jornal. A questão é que a vida dos 3 senhores é chata e eles são uma cambada de betos sem interesse nenhum.
- É-nos apresentada a história de uma família numerosa com uma matriarca e quinhentas mil matriarcas em potência que dizem que não veêm a necessidade de estudar porque o sonho delas é só o de ter filhos e serem mães (adorei especialmente esta parte!!!!!)
- Convidaram o Paulo Portas a escrever sobre cinema. À partida até podia ser escrito e argumento. Mas não é. É deprimente. Um gajo gostar de filmes é uma coisa. Perceber de cinema é outra. E poupem-me às críticas do senhor à Revolução Francesa...
- Chega-se à parte de Gastronomia e como não podia faltar temos um cozinheiro também ele conservador que faz comida portuguesa sem se deixar influenciar por influências estrangeiras. Como se as batatas e o bacalhau sejam coisas endémicas portuguesas. Hahaha.
- Para cúmulo apresenta uma entrevista com a Guta das Não sei Quantas que é uma daquelas personagens da "cultura" portuguesa com que eu embirro e que me parece que foi sempre directora, curadora e assessora de imensas coisas mas que nunca fez mais nada na vida.
Pronto. Já me fartei de dizer mal da Tabú.
Dizem que o Sol quando nasce é para todos. Acho que não. Acho que este é só para alguns. Mas como isto tem dias e seguindo os conselhos de uma certa e determinada pessoa que não posso identificar aqui vou repetir no próximo Sábado. Que se continuar esta coisa assim conservadora vai ter de me pagar um almoço, ai vai vai.

Tascas tascas, tascas armadas ao pingarelho e tascas freaks

Num Verão mais ou menos controlado em relação a comezainas fora de casa (não contam as do quintal), ao menos podemos dizer que fomos aos nossos santuários privados. Porque afinal de contas, uma das únicas coisas que me empurra para romarias é mesmo a comida. Sendo assim, continuam a fazer parte do meu Top Dez o Primo Xico (Porto Covo), o Fialho (não digo), o Sacas (Zambujeira) e a Fernanda (Vila Nova de Cacela vira-se para a serra e vai-se lá ter).
* Este Verão mergulhámos ainda na pizzaria freakóbeta ali para os lados de Vila do Bispo em que são todos super freaks mas que gostam sempre de dizer que já lá foi o príncipe William (Pizza Pazza). As Pizzas são boas, eles são simpáticos e o sítio é fantástico mas as mães loiras parideiras de 3 filhos loiros também que se chamam todos Bernardo, Tomás e Marcelo enfim, era dispensável...
* Por indicação dos cinquentões mais cool da blogosfera comi uma das melhores tostas mistas na minha vida em Tavira num sítio que se chama Dom Manuel, ao qual eu nunca iria tendo o nome que tem. Bem feita para eu não ser preconceituosa. Fizeram-me lembrar as tostas mistas da Zambujeira...
* Para terminar o Verão uma escala numa tasca armada ao pingarelho em que pagas o design, a localização, as casas de banho, o estar na onda. Irrita. A comida é boa e a ideia que está por trás também mas dassss! é preciso pagar 30 euros para comer um arroz de choco e um vinho feito por eles?! Vale a pena o passeio e ver as cegonhas a voarem por cima de nós. Museu do Arroz.
* Num registo assim mais caseiro marca o meu Verão o Pátio da Gula no Barreiro. Porque me conquistaram as alheiras de caça e nem quero saber do resto!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Fim de Verão

Chegados a Setembro sente-se logo o fim do Verão. Os putos voltam a encher os autocarros, recomeçam os hábitos fascizantes das praxes, deixamos de comer no quintal. Como adoro listas e balanços chego a esta fase e tento perceber se consegui aproveitar bem o Verão ou não. Uma das maneiras consiste em ver quantas vezes fui à praia. Depois até chego ao requinte de pontuar cerebralmente as ditas cujas. 2006 não foi mau. Consegui resistir às Bolas de Berlim da Manta Rota mas quase que não consegui ler nada na praia, visto que tive de servir de controleira da Ginga.
Aqui vai a lista:
Meco, Pescador, Malhão, Carvalhal, Ilha de Tavira, Cabanas, Manta Rota, Armação de Pêra, Alburrica, São Torpes

terça-feira, setembro 12, 2006

Eles andem aí!

A Festa do Avante já foi há duas semanas. Estive lá mas por uma razão ou por outra acabei por não escrever nada sobre aquilo. Mas, ao contrário de mim, houve imensa gente que sem por lá os pés conseguiu lançar todo o fel e sentimento anti-comunista que tem e escrever não sei quantas barbaridades e banalidades sobre o assunto. Eu acho óptimo e divertido. Já os comunistas devem rir-se à brava sobre estas discussões cibernéticas. Eu acho que não existe uma Festa do Avante mas sim várias. A dos freaks que não saem do Palco Freak Show a que a organização chama Palco Novos Valores nem do parque de campismo. A dos betinhos que vão até lá ver como param as modas. O pessoal teen que vai para lá porque os amigos vão. A do pessoal da velha guarda que vai para lá para assistir ao comício, suar as estopinhas na preparação da festa e já agora beber um tintol no Alentejo e comer uns ovos moles em Aveiro. Eu vou lá porque sim. Porque me apetece. Porque não estou a ver um espaço daquele tamanho que ofereça por aquele preço uma Feira do Livro e do Disco, cozinha internacional e tuga, concertos de putos e de consagrados, a emoção de se ouvirem hinos sem ser num estádio, o encontro com amigos da primária e da secundária, da rua e da praceta.
Assim, nestas duas semanas deliciei-me com algumas postas sobre o tema:
GAJINHAS A ESCREVER SOBRE A COISA:
Lista de Compras (parte 1) e Lista de Compras (parte 2) - to go or not to go to Avante?
Rititi - o vermelho visto pela rosa cueca.
ELES ANDEM AQUI
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos - as FARC andaram à solta no Avante e eu não dei por nada!
Kontratempos - o autor diz que "naturalmente não esteve na festa". palavras para quê?
Bloguitica - "assim se vê a hipocrisia do pc" - nota-se aqui um conhecimento mínimo sobre os slogans comunistas...
Canhoto - assinado por um paulo pedroso. será ele?
Tugir - a questão é muuuuito aprofundada aqui em várias postas.
THE BEST
Irmão Lúcia - a melhor contribuição de todas está aqui! vejam que vale a pena!

Camping nº 2 2006

Apesar da experiência inolvidável de Julho passado numa One Night Camping na Zambujeira o pessoal lá de casa decidiu preparar as mochilas e, desta vez, o rebento Ginga para um fim de semana na Costa Alentejana, São Torpes. Praia caribenha em que até eu vou a banhos e me sinto em casa com as chaminézitas em vez das palmeiras. Foi bom. Os portugueses estão cada vez mais anafados. O surf afinal (pelo menos no meu pequeno e muito preconceituoso cérebro) não é só de betos e até parece, ao longe, uma coisa porreira. A Ginga, definitivamente, gosta de comer areia e, espero que provisoriamente, detesta a água...
No campismo houve um update: descobri uns colchões do mais piroso que existe mas o mais confortável possível. Preciso é de convencer o fã das canadianas que o que está a dar são as tendas que se montam sozinhas em 3 segundos! De resto foi tudo do melhor: fogueira, febras, arrotinhos e traquezitos ao ar livre, sombra de manhã, garrafas de tinto, tintos entornados nas esteiras, nem sinal de formigas nem de melgas. Não sei se foi o fim do Verão. Vamos ver.

quarta-feira, setembro 06, 2006

1969

Só para terminar este capítulo dos Stones. Para quem goste de música vale a pena gastar 6,99 Euros com um DVD que saiu na Visão no mês de Agosto e que tem o concerto dado pelos Stones em Hyde Park dois dias depois do Brian Jones ter baikado (gostava que alguém me explicasse a origem deste termo. Será português arcaico? Será uma variante de quibundo?). Eu que nunca compro DVDS fiquei muito contente com esta compra. E. Sim. Continuo a achar que o Mick Jagger era giro quando era novo. E gostos não se discutem. Todas as músicas são clássicos. Os cortes de cabelo imperdíveis. O público está mais mokado que os músicos. As roupinhas do melhor. Enquanto documentário musical é um objecto interessante.

terça-feira, setembro 05, 2006

Pedras rolantes no Porto

Num blog com uma característica tão diarística é imperdoável estar a escrever sobre algo que aconteceu há quase um mês. Mas como no meio esteve um período de férias a coisa desculpa-se um bocadinho. E depois porque quero chegar ao dia 31 de Dezembro com os Stones representados no meu balanço de concertos de 2006. Foi no dia 12 de Agosto no Porto e foi muito bom. Apesar de nunca ter gasto um tostão em discos deles, todos os cêntimos (e não foram poucos) que gastei neste bilhete valeram a pena. E já vou poder contar aos meus filhos que assisti uma vez na vida a um concerto dos Stones. Os tipos são muito bons. Provavelmente os maiores. Os tipos que sabem disto terão apreciado o tema y ou x. Eu cá já me chegava ouvir o Satisfaction. Um dos melhores concertos a que assisti na minha vida. E foi de estádio, coisa que deixa senpre muito a desejar. Agora, dos grandes gostava de ver o Dylan, o Chico (que não estou assim tão certa de ir ver em Novembro no Coliseu dado os preços terem um valor proibitivo) e não me lembro agora de mais ninguém assim de repente. Talvez algum dos cantautores cubanos. Talvez.
A fotografia é do Jornal de Notícias.