sexta-feira, julho 29, 2005
quarta-feira, julho 27, 2005
Restaurantes de Gajos e Restaurantes de Gajas
sábado, julho 23, 2005
África Festival - Lisboa - Ali Farka Touré

Depois de passar alguns anos a ouvir falar de Ali Farka Touré, fomos ontem assistir a um concerto dado por ele em Monsanto no âmbito do África Festival, iniciativa organizada pela EGEAC e cuja programação me agrada bastante. O gajo é mesmo bom! E os outros tipos que o acompanhavam também. E é bom aqui e em todo o lado do mundo, incluido num festival africano ou de música simplesmente, sem entrar em grandes divisões territoriais e de géneros. Tem aquele música que eu costumo definir como de "gajo", ou seja, está para ali a tocar um solo de 10 minutos e os gajos babam-se todos e as gajas olham com aquele ar de "Fogo, já percebi que és bom mas muda lá de música...".
Comecei a pensar sobre uma série de preconceitos que existem, se calhar, muitos deles até na minha cabeça sobre música africana. Como ouvinte mais ou menos habitual da RDP África posso dizer que por ali tenho conhecido muitas coisas boas mas que também levo com uma data de merdas feitas à pressão e muito, muito pimbas que só estão ali numa atitude muito paternalista e para encher minutos de programação. Muitas vezes aquilo é tão pimba como qualquer rádio local de Freixo de Espada a Cinta ou de Sever do Vouga, que passa Emanuel, Ágata e Quim Barreiros! Mas também existe o reverso da medalha. Existem muitas pessoas que não ouvem pura e simplesmente música africana porque Não! E não percebem que existem não sei quantos milhentos géneros de música e de vozes e de instrumentos naquele continente imenso que valem a pena serem descobertos. Lembro-me assim de repente de Waldemar Bastos (Angola), Tito Paris, Lura, Cesária Évora, Bau (Cabo Verde), Angelique Kidjo (Benin), Rokia Traoré, Salif Keita (Mali), Cissoko, Afrikando, Ismael Lo, Youssour N´Dour (Senegal), Femi e Fela Kuti (Nigéria), Mahotella Queens; Miriam Makeba (África do Sul). Se quiserem ver mais coisas vão ver por exemplo a http://africanmusic.org/.
Isto só falando da África sub-sahariana... O Magreb ainda é para mim completamente desconhecido.
Depois, existe ainda um factor interessante. Em Lisboa organiza-se um África Festival e 95% da assistência é branca! Bem sei que vou ser atacada por dizer isso, mas se isso por um lado é bom, por outro, porque é que a população de origem africana que vive aqui em Lisboa não se sente convidada e agradada com a a ideia de poder conhecer mais coisas de África? É um mistério para mim.
terça-feira, julho 19, 2005
O dia do intestino

O dia de ontem foi o que, brejeiramente, se pode chamar um dia de merda!
De manhã à noite. Como se pode ver acima no raio x, o nosso Mandela decidiu engolir um calhau! Com a quantidade de dinheiro que gasto com a mariquice da Eukanuba, com as sandes de queijo dadas pelo avô X e o arroz de miúdos dado pela avó Y, o cão achou por bem comer um calhau que ficou encalhado no intestino delgado! Depois de raio X e de três idas ao veterinário que só por si mereciam um post o canito lá ficou para ser operado ontem… E à noite lá voltou a casa enbrulhado em papel metalizado e com um funil enfiado no focinho que é para não se armar em esperto durante 10 dias! O coitado lá acordou às 7 da manhã a andar aos sss. Até parecia o dono em dias de alegria extrema provocada pela ingestão de líquidos… Depois lá veio a dolorosa. E desta vez nem posso enviar a factura para a ADSE nem posso meter a despesa no IRS. Nem tenho coragem de dizer quanto custou a p… da operação! E a veterinária ainda dizia que a costura estava linda, parecia uma operação plástica. Quer dizer este gajo engole calhaus, põe os donos, as suas famílias e os seus amigos à beira de um ataque de nervos e nada nos faz crer que comece a ter juízo depois desta experiência! E hoje cá está a “dona” a enfiar-lhe comprimidos pela goela (que também não vou dizer quanto custaram!) e a ficar mais um dia em casa a tomar conta do bicho…
Mas o dia do intestino não ficou só marcado pelo intestino do Mandela! A D. Blimunda Mãe ontem também teve de se deslocar, tendo como companhia a Blimunda Eu, ao Hospital da CUF para retirar um pólipo do intestino grosso. Pólipo é daquelas palavras que parece que todos os portugueses de repente aprenderam: colesterol, próstata, amniocentese, triglirécidos…. Mas em comparação com a ida do Blimunda Pai ao Hospital do Barreiro, a ida da Blimunda Mãe foi muito mais fina. A fauna da Cuf não tem nada a ver! Dos 50 homens que por ali passaram, 25 tinham bigodes e barbas distintíssimos, as mulheres tinham óculos com armações super actuais ao contrário da fauna do Hospital do Barreiro que compra óculos da década de 80 na Multiópticas para ter o desconto consoante a idade, o bar da Cuf chama-se Gourmet e o do Barreiro nem deve ter nome, a Cuf tem 5 ou 6 raparigas na recepção que fazem de conta que trabalham muito e no Barreiro há uma desgraçada que nem para isso se esforça, os putos na Cuf têm todos o cabelo loiro e as suas mães têm todas ar de solário e no Barreiro os putos parecem ciganitos e as mães têm mais ar de bronzeado de … feira.
Mas tanto marketing para nada, Cuf para a família da Blimunda continuarão a ser sempre as fábricas que nos impestaram os pulmões de perfumados odores saídos das belas fábricas aqui ao nosso lado…
Poderia também escrever ainda sobre o Blimunda Pai que ontem atingiu os píncaros da aflição com ais e uis de bradar aos céus por estar a ter também problemas de intestino mas a paciência tem limites e com algum espírito prático dei-lhe carinhosamente o xarope que tinha comprado para o Mandela no dia anterior de Macã Raineta! Mal não lhe deve fazer e pode ser que assim a coisa melhor! E isto é que é polivalência e flexibilidade! Um xarope especialmente concebido para crianças, está a servir para cão e para pai!
quarta-feira, julho 13, 2005
Como é que eu consegui concluir uma licenciatura sem internet?
sexta-feira, julho 08, 2005
Mandela cromo

quarta-feira, julho 06, 2005
Para Fins Matrimoniais - Kavita Daswani (Presença)

Não li e não comprei mas adorei a capa. É o tal kitsch dos indianos a que continuo a achar piada mesmo depois de ter estado lá. O mesmo não consigo dizer da China... Daqui a uns 3 meses pode ser que tenha dinheiro e disponibilidade para ler este livro. Se calhar até é uma cena light/pirosa mas cá a mim soou-me áquelas histórias deliciosas dos indianos! Bem sei que tenho passado demasiado tempo em casa e em hospitais. Se não fosse isso não vinha tão maravilhada da Fnac...
Manu Chao de Philippe Manche (Campo das Letras)

Apesar de dever a este momento estar muito centrada nos famosos cinco trabalhos de mestrado, uma pausa não planeada impede-me de conseguir avançar nesta área. Aproveitando uma ida à civilização descobri em português mais um livro da área da Biografia e numa área que eu tanto gosto: Música. Apesar de estar há uns dois anos bastante afastada deste fenómeno, é engraçado voltar a ler coisas sobre este personagem tão emblemático da cultura popular dos nossos dias. Lembro-me de o ver passear nas ruas de Barcelona e da saída de Clandestino ter coincidido com o facto de muitos imigrantes ilegais se terem fechado numa das igrejas mais emblemáticas da cidade. Foi bom estar lá naqueles dias, em que se viu que podem existir europeus realmente empenhados em defender estes balseros africanos. Só vou na página 25 mas o livro parece-me interessante. O autor é belga.